Restauração e alojamento não resistem sem apoios a fundo perdido, diz AHRESP

Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), apresentou ao Governo, esta quinta-feira, medidas que visam “proteger as empresas e o emprego nos próximos meses”.

Os setores do alojamento e restauração – que já atravessam neste momento uma fase difícil – podem ver a situação piorar com o novo confinamento geral que tem início esta sexta-feira. Nesse sentido, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), propôs ao Governo o reforço dos apoios a fundo perdido.

Reforço das tesourarias com a atribuição de apoio a fundo perdido através do programa Apoiar.pt “aumentando a intensidade de apoio nas micro, pequenas e médias empresas”, apoio excecional à manutenção do emprego com o apoio a 100% dos salários dos trabalhadores (sem limites de quebras de faturação) e isenção a 100% da TSU são as sugestões da AHRESP apresentadas ao Governo, às quais se junta o apoio a fundo perdido ao pagamento de rendas com o reforço do programa Apoiar Rendas, nomeadamente com o apoio a 100% do valor das rendas nos primeiros dois meses deste ano.

Em comunicado, a AHRESP diz que “aguarda, com a certeza que as propostas agora apresentadas e que incidem sobre estas atividades, reconhecidamente mais afetadas pela pandemia, irão obter o devido acolhimento por parte do Governo, de forma ágil, célere e simplificada”.

Na base da sugestão destas medidas está o mais recente inquérito da associação, datado de dezembro, que mostra as grandes quebras nos setores. No caso da restauração e similares, 39% das empresas ponderam avançar para insolvência, dado que as receitas realizadas e previstas não permitirão suportar todos os encargos que decorrem do normal funcionamento da sua atividade.

Para a maioria das empresas a quebra de faturação em dezembro supera os 60% e muitas não conseguiram pagar salários. 50% já despediu.

No caso do alojamento turístico, a realidade não é diferente: 20% das empresas diz estar com a atividade suspensa e, das que estão em funcionamento, a ocupação não ultrapassa os 10% em muitos casos. 16% das empresas ponderam avançar para insolvência por não conseguirem suportar todos os normais encargos da sua atividade e 30% já despediram.