Filas alongam o tempo de espera para votar. 246.880 portugueses começam hoje a votar no próximo Presidente da República

Em Lisboa, as filas ultrapassam os 450 metros, demorando assim uma hora para votar. Sintra também não fica atrás, tendo filas com 400 metros que percorrem o quarteirão da Escola Secundária de Santa Maria. Este cenário também se observa em Cascais. Por volta do meio-dia, já havia uma concentração ordenada à porta de uma assembleia de…

Uma semana antes do dia oficial de votação para eleger o próximo Presidente da República, 246.880 eleitores vão sair hoje de suas casas para votar antecipadamente, um número, que até então, nunca se tinha registado numa eleição.

A votação antecipada em mobilidade começou às 08h00 sem problemas: nenhum incidente e com muitos participantes, disse João Tiago Machado, da Comissão Nacional de Eleições à agência Lusa. 

No entanto, durante a parte da manhã, foram-se criando filas que atrasam o processo de voto em várias localidades do país.

Em Lisboa, as filas ultrapassam os 450 metros, demorando assim uma hora para votar. Sintra também não fica atrás, tendo filas com 400 metros que percorrem o quarteirão da Escola Secundária de Santa Maria. Este cenário também se observa em Cascais. Por volta do meio-dia, já havia uma concentração ordenada à porta de uma assembleia de voto.

Ana Gomes já criticou a aglomeração de filas, dizendo que não houve preparação no voto eletrónico e por correspondência, “É uma vergonha para a nossa República”, afirmou. ”Houve tempo”.

A candidata às presidenciais, em declarações aos jornalistas, disse que as filas podiam ter sido evitadas, se nos últimos 10 meses fosse preparada a possibilidade de voto eletrónico e ainda por correspondência.

A ex-eurodeputada ainda elogiou o papel das localidades na organização do voto antecipado, destacando Odivelas, tendo sido este o sitio que visitou, um quartel de Bombeiros que preparou 10 mesas de voto e irá receber mais de 4 mil eleitores.

O deputado Cotrim de Figueiredo, único representante do partido Iniciativa Liberal no parlamento, já exerceu o seu voto na Cidade Universitária em Lisboa logo às 07h45, e ainda criticou que a falta de outras modalidades de voto, tal como o eletrónico.

"Levanto-me, normalmente, muito cedo, portanto, isto para mim não é novidade e como gostava de, no domingo que vem, estar com o Tiago [Mayan Gonçalves] no Porto o dia todo, resolvi votar antecipadamente", disse aos jornalistas o deputado.

Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, também já votou em Vila Nova de Gaia, "Ainda temos um longo caminho para fazer para que o sistema chegue a todos os portugueses no mundo", disse Catarina Martins, e ainda acrescentou ao dizer que o país tem de cuidar, não só da sua saúde, como também da saúde da democracia.

Segundo o mapa divulgado pelo Ministério da Administração Interna, o conselho com mais inscritos é Lisboa, com 33.364, seguido do Porto, com 13.280, e em terceiro, Coimbra com 9.201 inscritos.

Já os concelhos com menor número de inscritos são Porto Moniz, na Madeira, com oito inscritos, depois segue-se Nordeste, São Miguel, nos Açores, com nove, e ainda Barrancos, em Beja, com 14.

Ao comparamos esta votação com as legislativas de 2019, o número de pessoas que se inscreveu para votar com uma semana de antecedência quadruplicou-se. Estas presidenciais contam com 246.880 inscritos, enquanto há dois anos houve apenas 56.287 votos antecipados.

A adesão foi de tal forma intensa que no município de Viana de Castelo foi necessário passar o local de voto para um pavilhão e instalar três mesas de voto.

Para evitar concentrações de pessoas devido à pandemia de covid-19 em Portugal, o voto antecipado em mobilidade estendeu-se das capitais de distrito para as sedes de concelhos.

Assim sendo, a votação para as presidenciais será dividida por dois dias. Maior parte dos portugueses vai votar no próximo domingo.

É de reforçar que para votar, seja hoje ou no próximo domingo, os eleitores terão de usar máscara e levar uma caneta, preferencialmente, para que seja mantida a etiqueta sanitária e de higiene defendida pela Direção-Geral de Saúde.

Não esquecer que é preciso desinfetar as mãos antes de votar e depois também. Os membros das mesas são obrigados a usar máscara e/ou viseira ou óculos de proteção.

Em atualização