Associação Nacional de Bombeiros questiona Executivo sobre ausência de vacinação destes profissionais

Atualmente, há cerca de 400 bombeiros infetados com o novo coronavírus.

"Atendendo à evolução do número de infetados, por COVID-19 que temos vindo a verificar nos últimos dias, serve a presente para questionar V.Exa sobre a vacinação aos Bombeiros, que é, em nosso entender prioritária, por força da sua atividade, com especial enfoque, pela atividade pré-hospitalar, que comporta a prestação de cuidados de emergência e o transporte de doentes", começou por explicar a Associação Nacional de Bombeiros e Agentes de Proteção Civil, em e-mail enviado ao secretário de Estado da Saúde, António Sales, à ministra da Saúde, Marta Temido, ao Diretor Nacional de Bombeiros, Pedro Lopes, e à secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar. 

"Bem assim, como as transferências inter-hospitalares dos doentes infetados. Não descorando todas as demais intervenções em matéria de proteção e socorro. Estando estes, sujeitos a um risco maior de contaminação. Aguardamos prezadas noticias, ficando ao dispor para o que entender por conveniente", foi deste modo que a associação anteriormente referida terminou o e-mail endereçado ao Executivo, no passado dia 9 de janeiro, segundo uma fonte próxima da mesma, não tendo obtido qualquer resposta. 

Recorde-se que o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, explicou, no sábado, que existem cerca de 400 bombeiros infetados com covid-19, classificando de "injusto" o facto destes profissionais continuarem sem ser vacinados apesar de transportarem doentes com o novo coronavírus. "Não é justo que os bombeiros não tivessem começado a ser vacinados. Fomos considerados no grupo dos prioritários. Devíamos ser vacinados na primeira prioridade. Estamos na frente. Somos os que mais transportamos pessoas contagiadas com covid-19 e suspeitos, numa percentagem de 95% é tudo transportado pelos bombeiros, e nunca mais vem o dia para começarem a vacinação dos bombeiros", declarou à agência Lusa.