Miguel Stilwell de Andrade vai liderar EDP e EDP Renováveis

Alterações surgem depois de António Mexia e Manso Neto terem-se manifestado que estariam indisponíveis para assumirem novo mandato.

Miguel Stilwell de Andrade vai liderar EDP e EDP Renováveis

Já é oficial. Miguel Stilwell de Andrade – que tem exercido as funções de CEO interino após a suspensão judicial de funções de António Mexia – foi eleito pelos acionistas para presidente executivo da elétrica para os próximos três anos, substituindo assim António Mexia, que estava no cargo desde 2006. A assembleia-geral extraordinária decorreu exclusivamente por meios telemáticos com vista à eleição do conselho de administração executivo (CAE) para 2021-2023, uma vez que, o atual mandato (2018-2020) tinha terminado em 31 de dezembro passado. Miguel Stilwell vai também liderar a EDP Renováveis, detida em 82% pelo grupo EDP.

Os restantes cargos da administração são ocupados por Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira Setas, Rui Manuel Rodrigues Lopes Teixeira, Vera Pinto Pereira e Ana Paula Garrido Pina Marques. 

Os acionistas da EDP deliberaram ainda a prorrogação transitória da atual política de remuneração do conselho de administração executivo e sua aplicação aos membros deste conselho a eleger para o mandato relativo ao triénio 2021-2023, a vigorar até à realização da Assembleia Geral Anual de 2021. No caso deste ponto relacionado com os salários dos gestores, houve 89,39% dos votos.

Estas alterações surgem depois de António Mexia e Manso Neto, ambos suspensos de funções desde julho, terem-se manifestado, no final de novembro, que estariam indisponíveis para voltar a integrar os órgãos sociais do grupo num novo mandato.

Recorde-se que os dois gestores foram suspensos das funções pelo juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal, Carlos Alexandre, por serem suspeitos, em coautoria, da prática de quatro crimes de corrupção ativa e de um crime de participação económica em negócio, tendo sido constituídos arguidos há cerca de três anos. Entretanto, três das cinco medidas de coação aplicadas aos dois gestores deixaram de ter efeito dado que ainda não foi deduzida acusação no “processo dos EDP/CMEC”. De acordo com os advogados, “estas medidas de coação caíram, porque não foi deduzida nenhuma acusação contra António Mexia e João Manso Neto no prazo legal de seis meses após o início da sua execução”.
Esta assembleia geral extraordinária ocorreu um dia depois de a China Three Gorges ter anunciado que reduziu  a sua participação na EDP, passando a deter uma participação qualificada de 19,03% do capital social e dos direitos de voto da elétrica.