Estertores…

Acima da economia, acima de tudo está a vida das pessoas, disse António Costa. Mas não disse a verdade: acima de tudo está a Constituição. Uma espécie de Boi Ápis, de Bezerro de Ouro, que nos obrigam a adorar.

1. Marcelo Rebelo de Sousa e depois? A tragédia destas eleições são… as próximas eleições. Que Presidente haverá então para se escolher? Querem um retrato da degenerescência acelerada dos últimos seis anos? Compare-se Ana Gomes com Sampaio da Nóvoa. Com Freitas do Amaral ou Zenha.
 
2. Não há táticas políticas ou ‘habilidismos’ que justifiquem a nomeação do senhor Mamadou Ba para a comissão contra o racismo. Uma irresponsabilidade ou uma provocação a milhões de portugueses, só possível por um sentimento de impunidade política. Um insulto à identidade de Portugal, à verdade do que somos.
 
3. No tempo de Luís XIV, a França já seria (ou estava a tornar-se) uma pátria (Goethe testemunhou a passagem), mas nem o Rei Sol foi tão longe. Ficou-se pelo «L´État c´est moi!». Há ditos e atitudes que num país da União só um esgotamento pode explicar. 

4. Na questão da Procuradoria europeia, o primeiro-ministro agiu com tal imprudência e temeridade que pode ter criado uma situação complicada na União. O PE não é a nossa AR. Costa passou a ‘linha vermelha’… 

5. Leia-se a entrevista de Marine Le Pen, uma ‘cacha’ deste jornal. André Ventura ainda tem de puxar muito por ele para se aproximar da solidez do projeto e da expressão da líder francesa, seja qual for a simpatia que se tenha por eles.

6. A condescendência e o preconceito de certas ‘elites’ perante um estimável Tino de Rans enojam. Claro que os Tinos não podem mudar nada, mas as elites mudaram? Ou, pelo contrário, querem continuar a impor-nos o país que temos sido?

7. João Ferreira disse que há «imprescindíveis neste país». Logo, há os ‘outros’, os prescindíveis, como os que os seus ícones nunca por ele renegados mataram aos milhões. Por isso, entre essa ‘força de expressão’ dele e a da ‘ditadura do bem’ de Ventura prefiro esta porque nunca matou ninguém.

8. No meio da apagada e vil tristeza de tudo isto, um ‘achado’ humorístico de génio: os ‘Cheganos’, de Ricardo Araújo Pereira.

9. E foi animador ver na RTP Carlos Daniel! Oxalá não o ponham a fazer de novo programas de futebol.

10. Já não se consegue ouvir a frase «a pandemia não suspende a democracia». Sobretudo dita por ministros com o rei na barriga, mas deviam era encolhê-la.

11. E alguém vê ou ouve a autoridade maior de Saúde? Ou a ministra? Mas o primeiro-ministro não as troca nos lugares pela vida de portugueses. Deixe-as comandar a operação de vacinação e verá o erro que juntará aos outros.

12. Acima da economia, acima de tudo está a vida das pessoas, disse António Costa. Mas não disse a verdade: acima de tudo está a Constituição. Uma espécie de Boi Ápis, de Bezerro de Ouro, que nos obrigam a adorar.