Faculdade de Motricidade Humana sem condições sanitárias suspende exames

O primeiro dia da época de exames ficou marcado por alguma confusão, ajuntamentos fora e dentro das salas de aulas, dispensadores de desinfetante vazios e provas teóricas em dez salas lotadas. 

Para os alunos do ensino superior, janeiro é o mês que marca a época de exames, mas com o aumento significativo de casos de covid-19, as avaliações estão a sofrer alterações, principalmente no modo de realização.

Os alunos da Faculdade de Motricidade Humana (FMH) começaram a época de exames nesta segunda-feira, mas no segundo dia as avaliações foram suspensas devido à falha de organização da faculdade.

O primeiro dia ficou marcado por alguma confusão, ajuntamentos fora e dentro das salas de aulas, dispensadores de desinfetante vazios e provas teóricas em dez salas lotadas. Estes incidentes foram denunciados por vídeos nas redes sociais.

“Face à recente evolução da situação epidemiológica, considera-se que continua a existir um risco dificilmente controlável de contágio de alunos e docentes, no âmbito da concretização das atividades de avaliação, na atual fase de exames", justificou a faculdade.

A decisão foi tomada após uma onda de críticas por parte dos alunos, que já tinham avisado os responsáveis da faculdade para se prepararem para as piores eventualidades, visto que a FMH "funciona em instalações velhas, em pavilhões que são provisórios há 30 anos e houve um plano B para a realização dos exames se os números da epidemia evoluíssem desfavoravelmente, como acabou por acontecer", protesta um pai de um aluno da FMH.

No caso da licenciatura em Ciência do Desporto, existem algumas disciplinas que são lecionadas no Instituto Superior de Economia e Gestão, e nestes casos, os alunos já realizaram os exames por via online.

Com estes exemplos, os universitários ainda tentaram pedir a alteração dos restantes exames, contudo, esta opção foi negada pela faculdade, que baseou a sua resposta no despacho da reitoria da Universidade de Lisboa, onde se insere também a FMH, datada no final de setembro. “Salvo se forem decretadas pelo Governo medidas agravadas de confinamento ou outras que o impeçam, sempre que a avaliação de conhecimentos e competências de uma unidade curricular, independentemente do ciclo de estudos em que esteja integrada, inclua a realização de exame escrito, prova de frequência ou teste escrito, estas avaliações devem ser realizadas presencialmente".

Depois das situações que ocorreram no primeiro dia da época de exames, o Conselho Pedagógico da FMH acabou por mudar de ideias e emitir um despacho a suspender os exames, ficando ainda por determinar as novas datas e os modos de realização das provas.

"O risco acrescido que presentemente se observa, deve ser combatido preferencialmente com medidas de natureza preventiva para se preservar a saúde da comunidade escolar da FMH, das suas famílias e da sociedade portuguesa em geral", diz o despacho. Determina que "a época de exames presenciais do 1º período do ano letivo 2020-2021" fosse suspensa a partir desta quarta-feira, "até uma data a anunciar com um novo calendário".

O presidente da FMH, Luís Bettencourt Sardinha, disse que “o Conselho Pedagógico da FMH organizou de forma detalhada os exames presenciais", acrescentando que uma das medidas para a realização dos exames foi a disponibilização de testes rápidos.

Porém, o presidente reconhece que a quantidade disponível não foi suficiente para a realização das provas em segurança sanitária.

Segundo o DN, os testes rápidos foram anunciados no início do ano letivo e seriam realizados uma vez por semana, através de uma convocatória. "Todos os membros da comunidade académica serão convocados por e-mail para a realização do teste".

No entanto, muitos alunos que iriam ter exames não receberam nenhuma indicação. Já os alunos da Faculdade de Ciência, que pertence à mesma universidade, receberam uma convocatória, nesta terça-feira, para a realização do teste rápido já nesta quinta-feira de manhã.