Proporção de casos da nova variante de covid-19 está a “aumentar significativamente” em Portugal

Se nada for feito, a proporção da variante inglesa no total de casos em Portugal poderá atingir os 60% já em fevereiro. Há atualmente cerca de 20 mil infetados no país.

Proporção de casos da nova variante de covid-19 está a “aumentar significativamente” em Portugal

A proporção de casos da variante mais contagiosa do novo coronavírus está a “aumentar significativamente” em Portugal, de acordo com um relatório do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), avançado pela Rádio Renascença. 

O INSA e a empresa de laboratórios Unilabs estão a monitorizar em tempo real a prevalência e a distribuição geográfica da nova variante do vírus SARS-CoV-2, inicialmente detetada no Reino Unido. De acordo com os especialistas, há “dados abrangentes” que comprovam que a proporção das amostras “está a aumentar significativamente em Portugal”. 

A proporção de casos aumentou em 70% entre o início de dezembro e o início de janeiro. Se nada for feito, a proporção da variante no total de casos em Portugal poderá atingir os 60% já em fevereiro, alertam os especialistas. 

Para este relatório, o INSA e a Unilabs analisaram 27.096 casos confirmados positivos pelo ensaio ThermoFisher TaqPath RT-PCR, recolhidos desde 1 de dezembro, em 287 laboratórios de todo o continente.  

Dessa análise, concluíram que a proporção de casos da nova variante aumentou de cerca de 1% nas semanas de 30 de novembro a 6 de dezembro de 2020 para 11,4% na semana de 11 a 18 de janeiro deste ano. 

À agência Lusa, Carlos Sousa, um dos autores do estudo, afirmou que há no país “20 mil infetados de estirpe inglesa”. 

“Já identificamos mais de 1.500 amostras da estirpe inglesa. Atestando a representatividade da nossa testagem, significa que o país terá neste momento 20 mil infetados de estirpe inglesa. E isso é que explica, de facto, esta explosão (de novos casos) que nós temos tido", disse. 

A nova variante é já “responsável por cerca de 20% das novas infeções em Lisboa e Vale do Tejo”.