Governo cada vez mais pressionado para encerrar escolas

Rui Rio fez um apelo ao primeiro-ministro para fechar as escolas de imediato. Governo avalia esta quinta-feira se mantém aulas presenciais.

A pressão para o Governo fechar as escolas é cada vez maior. O Presidente da República deixou claro que essa “ponderação tem de ser feita”, porque é preciso “acompanhar a evolução dos acontecimentos”. Rui Rio foi mais longe e fez “um apelo público para que determine o encerramento das escolas” a partir desta quinta-feira.

A decisão vai ser tomada esta quinta-feira em Conselho de Ministros. António Costa admite que os números “são particularmente dramáticos” e não coloca de lado endurecer as restrições.

O primeiro-ministro disse esta quarta-feira que as escolas só fecham “em último caso”, mas não excluiu “lá ter de chegar”. E acrescentou: “Se, por exemplo, vier a verificar-se que a nova variante tem um peso muito grande e que isso é um risco acrescido de uma circulação muito mais acelerada na transmissão do vírus, poderemos lá ter de chegar. Mas acho que o desejo de todos é não chegarmos lá”.

Quase à mesma hora em que António Costa falava em Bruxelas sobre o crescimento da pandemia, o presidente do PSD lançava um apelo ao Governo para fechar as escolas já esta quinta-feira. “Se o comportamento político que tenho tido nesta grave crise nacional algum respeito lhe merece, espero que pondere com o seu sentido de responsabilidade este meu apelo”, afirmou Rui Rio.

A JSD também defendeu o “fecho imediato das escolas a partir do 7.o ano”. Alexandre Poço, presidente da JSD, considera que é “preferível a suspensão organizada e planeada das aulas presenciais e o fecho das escolas a uma possível debandada geral e desorganizada dos alunos das escolas, devendo o Governo proceder de imediato ao ajustamento do calendário letivo para diminuir as perdas na aprendizagem que a suspensão das aulas presenciais acarreta, acautelando também os processos de avaliação e as regras de acesso ao Ensino Superior para o próximo ano letivo”.

A favor do fecho das escolas estão também o CDS e o PAN. Francisco Rodrigues dos Santos defendeu no início da semana que devem ser “encerradas todas as escolas acima dos 12 anos e universidades, dado o risco de contágio que apresentam”.

O PAN considera que deve ser implementado o ensino à distância, pelo menos durante um período de 15 dias, para as escolas do 3.o ciclo e do ensino secundário. O partido de André Silva não afasta um cenário em que poderão ter de fechar todos os estabelecimentos de ensino desde que seja possível garantir refeições às crianças e jovens mais vulneráveis e assegurar o ensino presencial para os alunos que não têm acesso a meios digitais.

 

Autarcas pedem fecho

O encerramento dos estabelecimentos de ensino tem o apoio dos autarcas do PSD. Almeida Henriques, presidente da Câmara de Viseu, defendeu que “é preciso estancarmos de imediato esta ferida”. Para o autarca social-democrata, este “crescimento galopante não se compadece com calendários nem com o adiar de decisões para a próxima terça-feira”. O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Carlos Chaves Monteiro, defende que “essa é a solução mais adequada face à evolução da pandemia no concelho e no país”.

O presidente da Câmara de Mafra, Hélder Sousa, revelou à TSF que os autarcas sociais-democratas já comunicaram ao Presidente da República que estão alinhados na defesa do encerramento das escolas.