Constitucionalista defende que Marcelo, Ferro, Costa e ministros devem ser vacinados

Vital Moreira defende que políticos devem ser vacinados.

O constitucionalista Vital Moreira defende que os políticos devem ser vacinados o mais rapidamente possível. “Quantos mais ministros infetados e quantos mais confinamentos dos seus círculos de contactos próximos são necessários para ser adotada a única decisão decente, que é de vacinar os principais dirigentes políticos do Estado, como grupo de risco que são, pelas numerosas reuniões oficiais e de trabalho presenciais em que têm de participar, muitas vezes em espaços fechados, ao serviço do Estado?”; questiona, no blogue Causa Nossa, o antigo eurodeputado do PS.

Foi conhecido esta terça-feira à noite mais um caso dentro do Governo. O ministro de Estado e da Economia, Siza Vieira, testou positivo para a covid-19. O ministro já se encontrava, como medida de precaução, em isolamento profilático, depois de ter tido um contacto com o ministro da Finanças, que acusou positivo à covid-19 no sábado. Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, também está em isolamento domiciliário depois de um teste positivo.

Manuel Heitor, ministro da Ciência, foi o primeiro caso dentro do Governo, no mês de outubro. O ministro do Planeamento, Nelson de Souza, testou positivo no final de novembro.

Ao todo são cinco casos que levam o constitucionalista Vital Moreira a defender que pelo menos o Presidente da República, o presidente da Assembleia da República, o primeiro-ministro e os ministros devem ser vacinados.

“Como se não bastasse a remuneração baixa, a devassa regular da sua vida privada, a frequente sujeição ao vilipêndio impune na imprensa e nas redes sociais, o stresse provocado pela pandemia e pela crise económica e social associada, ainda se exige que os dirigentes políticos do Estado ponham em risco a sua vida e a dos seus familiares, como bodes expiatórios da demagogia e do populismo nacional?”, questiona.

O ex-eurodeputado do Partido Socialista escreve ainda no seu blogue que, “cabendo a Portugal a presidência do Conselho da União Europeia neste semestre, a multiplicação de ministros infetados cria um óbvio constrangimento em relação às reuniões do Conselho e com a Comissão Europeia, pelo receio destes de verem os seus membros ou colaboradores também contaminados ou sujeitos a confinamento preventivo”.