“Filha, volta para casa, por favor”. Jovem de 18 anos desaparecida desde segunda-feira no Montijo

Inês Contramestre, que padece de distúrbios psicológicos, não é vista desde as 17h30 de segunda-feira. Os pais realçaram que conheceu um homem de 48 anos que “pratica BDSM e outras coisas um bocado macabras”.

"Ela tem o cabelo encaracolado e castanho escuro. Estava com calças de fato treino cinzentas, com riscas pretas de lado, ténis pretos da Adidas com cordões cor de rosa, tinha uma blusa de alças, uma de manga comprida bordeaux e uma sweatshirt vermelha com a inscrição da série Game Of Thrones na parte da frente", começaram por explicar Joaquim e Ana Sofia Contramestre, pais desesperados, residentes no Montijo, que procuram a filha Inês Mourato Contramestre, de 18 anos, que se encontra desaparecida desde as 17h30 da última segunda-feira.

De acordo com os progenitores, a jovem adulta, que estuda Artes Visuais, na Escola Secundária de Alcochete, saiu desta instituição escolar, "desceu na estação de autocarros do Montijo" e não foi mais vista desde aí. Devido ao "distúrbio grave de personalidade" de que padece e ao facto de "estar medicada para ficar estabilizada, há quase quatro anos", Joaquim e Ana Sofia temem aquilo que lhe possa ter acontecido. "Deixou de atender as chamadas. O telefone estava ligado, conseguimos fazer chamadas e enviar SMS, mas nunca obtivemos resposta nenhuma", sendo que, nesta quinta-feira, o casal recebeu a notificação de que o telemóvel de Inês está desligado.

Ainda que o caso esteja a ser tratado pela Polícia de Segurança Pública, tal como pela Polícia Judiciária, os pais da rapariga não estão descansados. "Temos sido acompanhados por um psicólogo que nos tem ajudado. E as coisas estavam, ultimamente, a correr bem", adiantaram, não deixando de mencionar que Inês chegou mesmo a acusá-los de violência doméstica. "As autoridades verificaram que tal não acontecia e a Inês acabou por retirar a queixa", explicitaram., acrescentando que, na sua perspetiva, "não havia razão para esta atitude". Os pais, que admitem terem ficado "extremamente surpreendidos" com o desaparecimento da única filha, salientaram que esta "não levou roupa nem quaisquer outros objetos pessoais". Até ao anoitecer de segunda-feira, pensaram que "chegaria tarde a casa", contudo, por volta das 21h, ficaram mais preocupados.

Todavia, o fator mais gritante da vida de Inês, na ótica de Joaquim e Ana Sofia, passa pela relação que mantém com um homem de 48 anos. "Tememos que a vida dela esteja em risco. Tem tido comportamentos que não são os mais corretos. Conheceu este indivíduo, de Algueirão [Sintra], num site de encontros, mas um mais pesado do que os normais", assumiram com o desespero notório na voz, adicionando que o funcionário do Estado "é uma pessoa extremamente manipuladora, que tem traços dominadores, pratica BDSM [práticas consensuais, de sexo, que envolvem bondage e disciplina, dominação e submissão, sadomasoquismo e outros] e outras coisas um bocado macabras". Deste modo, entraram em contacto com ele, "mas diz que não sabe de nada" e não sabem o que fazer "porque é uma pessoa muito respeitada na comunidade".

"Filha, volta para casa, por favor", apelaram, pedindo que quem tenha alguma informação acerca de Inês os contacte através dos números 936 144 050 ou 936 144 051.