JLL. “Este ano será positivo” em termos de transação imobiliária

Para a consultora, o mercado imobiliário  mostra “resiliência” face à pandemia que afetou o setor. 

Este ano será “positivo” em termos de transação imobiliária. A garantia é dada pela consultora imobiliária Jones Lang LaSalle (JLL), depois de 2020 ter sido considerado “o terceiro melhor de sempre”, apesar da pandemia, antecipando um maior dinamismo a partir do segundo trimestre. E os números falam por si: 2020 foi considerado “o terceiro melhor ano de  sempre” no setor em Portugal, com o investimento em habitação estável nos perto de 25 600 milhões de euros e o imobiliário comercial a somar 2700 milhões de euros, ainda assim, abaixo dos 3200 milhões do ano anterior. 

Uma tendência que, de acordo com a consultora, mostra a “resiliência” do mercado imobiliário num ano marcado pela pandemia, acrescentando que, em 2021 a “tendência dominante” seja a “diversificação”, com novos segmentos de imobiliário a ganharem espaço no mercado nacional e os setores mais tradicionais a terem “de se reinventar”. E lembra que a habitação construída de raiz para arrendamento (multi-family) como “um dos segmentos emergentes” a despertar “maior atenção de investidores e promotores”, com Portugal a apresentar “uma base de procura potencial bastante consistente e oportunidades de desenvolvimento muito atrativas face a outros mercados europeus”.

A somar a este exemplo há que somar ainda  as residências com serviços, quer para o segmento sénior, quer para o segmento de estudantes, assim como a redinamização do imobiliário de industrial e logística, em resposta ao “aumento exponencial de procura no contexto do ‘boom’ do comércio eletrónico”.

Já na habitação, a JLL antecipa “uma diversificação nos segmentos alvo e na estruturação das novas casas”, enquanto no investimento espera “um leque mais diversificado de investidores e de capital e de segmentos para investir”.

Em relação aos setores imobiliários mais tradicionais, como os escritórios e o retalho, “começam a reinventar-se” na sequência das mudanças impostas pela pandemia: “Sendo claro que se mantêm no radar de investidores e promotores, estes dois segmentos lidam agora com mudanças estruturais no contexto da sua ocupação, função e utilização, o que irá mudar a forma como são desenhados”, refere. 

E explica: “A pandemia veio consagrar tendências que ainda eram tímidas, como o teletrabalho e o comércio ‘online’. Isso implica mudanças estruturais na função dos escritórios e de retalho e na relação com os seus utilizadores, pois deixam de ser espaços de mera conveniência para serem espaços de experiência. Perante isto, é inevitável que estes dois tipos de imobiliário se reinventem, pois só assim podem ser atrativos, quer na ótica de ocupação, quer na de investimento”.