FKA Twigs diz ter sido vítima de racismo quando namorava com Robert Pattinson

“Ele era um príncipe encantado e achavam que deveria estar com uma mulher branca e loira”, recordou a cantora.

FKA Twigs esteve à conversa com Louis Theroux para o podcast do jornalista e documentarista. A cantora abordou as dificuldades por que passou nas suas relações com o ator Robert Pattinson, com quem namorou entre 2014 e 2017, e com Shia LaBeouf, contra quem pôs um processo por abuso sexual e agressão.

A artista revelou que foi vítima de racismo quando namorava com o protagonista da saga de sucesso Twilight. "Ouvi os insultos mais horríveis e ignorantes do planeta", começou por contar. "Ele era um príncipe encantado e achavam que deveria estar com uma mulher branca e loira”, lamentou.

"Naquela altura, qualquer coisa que eu fazia as pessoas encontravam imagens de macacos e comparavam”, afirmou, acrescentando que a situação acabou por ter um efeito de dismorfia nela. “Durante cerca de seis meses a um ano, e de todas as vezes que via imagens e fotografias minhas, pensava: ‘Meu Deus, eu sou mesmo parecida com um macaco e as pessoas vão dizer isso mesmo. Por isso, preciso de tentar esconder este problema que tenho.’ Agora sei que tudo aquilo era completamente ridículo. Mas na essência é bullying e claro que te afeta psicologicamente. É muito triste”, disse.

Sobre Shia LaBeouf, FKA Twigs confidenciou que foi o seu desejo de ser mãe que fez com que decidisse tornar a sua história pública e recorrer à justiça.

“Quando eu for mais velha, e tiver uma filha, quero poder dizer: 'Isto aconteceu comigo, e eu lidei desta forma'. Curarmo-nos de algo como isto em público, à frente do mundo inteiro, é uma missão gigantesca, mas eu consigo. Sou uma mulher adulta, e posso fazer isto”, afirmou.

Além de ter voltado a relatar alguns episódios de abusos que diz ter passado às mãos do ator, a cantora recordou ainda o que sentia quando estava naquela relação tóxica.

“Deixá-lo parecia genuinamente impossível. Eu sentia-me tão controlada, e tão confusa, e tão rebaixada. O medo de o deixar, sabendo o quanto eu teria que trabalhar em mim própria para voltar a sentir-me bem, era simplesmente aterrador”.

Atualmente, garante que já ultrapassou toda essa fase e que se sente confiante e bonita, mas reconheceu que não é um caminho fácil. "É difícil porque não é algo que me defina, mas passou a ser uma parte importante de quem sou”.