Mortes relacionadas com o consumo de droga voltaram a aumentar em Portugal

Foi hoje apresentado o relatório anual sobre a situação do país em matéria de drogas e toxicodependência,

Voltaram a aumentar as mortes no país relacionadas com o consumo de droga. Os dados constam no relatório apresentado esta quarta-feira pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), que foi apresentado esta quarta-feira na Comissão de Saúde, da Assembleia da República.

Numa audiência por videoconferência, José Goulão, diretor-geral do SICAD, e Manuel Cardoso, subdiretor, apresentaram o documento, que reporta a 2019, e que demonstra que houve uma evolução negativa no que diz respeito a drogas, toxicodependências e álcool.

De acordo com os responsáveis, em 2019 registaram-se 63 óbitos por overdose, aos quais se somaram 262 mortes por outras causas, mas que apresentavam resultados toxicológicos positivos. Os dados revelam que as mortes por overdose aumentaram pelo terceiro ano consecutivo.

Quanto aos consumos, o relatório revela que em 2019 estiveram em tratamento em ambulatório 25.339 utentes com problemas associados ao consumo de drogas – 1.959 eram novos utentes e a canábis era a substância associada à maioria (53%) dos pedidos de tratamento. 

Já os utentes readmitidos, o total ascendeu a 1.512 no ano em questão, e a heroína (54%) era a droga principal.

O documento aponta ainda para uma “maior circulação de drogas no mercado nacional numa conjuntura de grandes desafios, como o crescente uso da Internet na comercialização de diversas substâncias psicoativas, eventuais alterações ao nível da produção interna de canábis e do papel do país nas rotas do tráfico internacional".

Quanto ao álcool, em 2019 estiveram em tratamento em ambulatório 13.926 utentes, número que representa um aumento de 4% face a 2018. Nesse ano estavam a iniciar tratamento 4.597 utentes, 1.181 readmitidos e 3.416 novos.

No mesmo ano, registaram-se 5.085 internamentos hospitalares nos quais o consumo de álcool era responsável pelo diagnóstico principal – 64% relacionados com doença alcoólica do fígado e 26% com dependência de álcool. Contudo, quando somados os internamentos com diagnósticos secundários ligados ao álcool, o número ascende aos 36.667.