Governo brasileiro gasta milhões do dinheiro público em leite condensado e pastilhas elásticas

Segundo as investigações do jornal Metrópoles, Bolsonaro e o seu Governo gastaram 1,8 mil milhões de reais – cerca de 275 milhões de euros – em produtos alimentares durante o ano de 2020 com o dinheiro dos contribuintes brasileiros. 

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, está envolvido no novo escândalo, que desta vez não está associado ao vírus da covid-19, mas sim às despesas do governo brasileiro.

Segundo as investigações do jornal Metrópoles, Bolsonaro e o seu governo gastaram 1,8 mil milhões de reais – cerca de 275 milhões de euros – em produtos alimentares durante o ano de 2020, um crescimento de 20% face a 2019, com dinheiro proveniente do fundo público.

O caso ficou conhecido pela imprensa como “escândalo do leite condensado” e já levou o governo a retirar da página “Portal da Transparência”, onde por norma são divulgadas as listas de despesas do governo executivo em compras com dinheiro público, a publicação sobre os gastos de 2020.

Espalham-se várias reivindicações pelo Brasil: pedidos de investigação à Procuradoria-Geral da República, uma ameaça por parte do rival e pré-candidato à presidência, Ciro Gomes, e muita contestação, nas últimas 24 horas, na internet com memes partilhados nas redes sociais.

"Mais de 15 milhões de reais em leite condensado e chicletes com dinheiro público? Isso é corrupção!", disse Ciro Gomes, o candidato que ficou em terceiro lugar nas presidenciais de 2018.

O gasto mais comentado no Twitter foi o de 15 milhões de reais – cerca de 2,5 milhões de euros, em leite condensado, por este ser o doce de eleição de Jair Bolsonaro que este usa para barrar no pão, um 'amor já conhecido pelos brasileiros.

Além disso, nos dados revelados pelo Metrópoles, o Ministério da Defesa, que gastou mais de 632 milhões de reais em produtos alimentares, investiu 2,5 milhões de reais – cerca de 400 mil euros – apenas em vinho.

A lista não fica por aqui: foram investidos 32,7 milhões de reais em pizza e refrigerantes, 21,4 milhões em iogurte natural, 16,5 milhões em batata frita embalada, 13,4 milhões em barras de cereais, e ainda 2,2 milhões em pastilhas elásticas com o dinheiro do povo brasileiro.

Bolsonaro ainda não comentou o caso, contudo o ministério da economia já justificou os gastos do ministério da defesa com a alimentação que o exército tem neste momento.

Recorde-se que o Brasil esteve com falhas nos materiais hospitalares, nomeadamente, na cidade de Manaus, em que não havia cilindros de oxigénio suficiente para os infetados com covid-19, o que resultou em pelo menos 51 mortes por asfixia.

Jair Bolsonaro também já referiu recentemente que “o país está falido” e anunciou o fim do auxílio emergencial entregue aos mais carentes no ano de 2020 devido à crise económica.

Veja aqui algumas imagens publicadas no Twitter: