Partidos de direita saúdam demissão de Francisco Ramos

O líder da oposição, Rui Rio, considera que “esta é a oportunidade de ficar alguém entendido na matéria a liderar a task force”. Já André Ventura, do Chega, diz que “é uma decisão que já devia ter sido tomada”. A deputada Ana Rita Bessa, do CDS-PP, pede um sucessor das Forças Armadas.

O Ministério da Saúde anunciou esta quarta-feira que Francisco Ramos, coordenador da task force para o Plano de Vacinação contra a covid-19 em Portugal, se demitiu do cargo, devido a "irregularidades detetadas pelo próprio no processo de seleção de profissionais de saúde no Hospital da Cruz Vermelha, do qual é presidente da comissão executiva". 

Face à notícia, não tardaram a chegar as reações dos vários partidos, sendo que os principais partidos de direita saúdaram a decisão. O líder da oposição, Rui Rio, considera que "esta é a oportunidade de ficar alguém entendido na matéria a liderar a task force". Já André Ventura, do Chega, diz que "é uma decisão que já devia ter sido tomada". A deputada Ana Rita Bessa, do CDS-PP, pede um sucessor das Forças Armadas.

O líder do PSD, Rui Rio, afirma que é preciso "alguém que saiba o que está a fazer" e apontou que as "as forças armadas e o Exército em particular têm formação neste tipo de situações". Além disso, considera que esta é uma oportunidade para salvar o verão. "Francisco Ramos demite-se porque sob a tutela dele aconteceram irregularidades na Cruz Vermelha. Bem, então demitia-se da Cruz Vermelha e não da task force. Precisamos de alguém que saiba o que está a fazer. As forças armadas e o Exército em particular têm formação neste tipo de situações. A vacina neste momento um dos bens mais importantes e mais escassos da nossa sociedade. Se não vacinarmos mais de 70% da população até ao final de junho, estragamos o verão. Não digo que há males que venham por bem, mas esta é a oportunidade de ficar alguém entendido na matéria a liderar a task force. Devíamos estar a dar 50 mil doses por dia e estamos a dar 10 mil. Se calhar vamos ter de passar a dar 70 ou 80 mil por dia para cumprirmos os objetivos", afirmou.

O líder do Chega, André Ventura, afirmou que esta é "uma decisão que já devia ter sido tomada" e que é necessário "alguém que seja credível e objetivo". "É uma decisão que já devia ter sido tomada. Houve pressão do governo para esta decisão. Francisco Ramos não assumiu a sua responsabilidade no processo fraudulento de vacinação, inclusivamente Hospital da Cruz Vermelha, onde é presidente da comissão executiva, e desvalorizou essa questão. E ainda fez acusações sobre o eleitorado que votou em mim nas presidenciais. Chegou tarde, mas saudamos esta decisão. Precisamos de alguém que seja credível e objetivo. Que seja escolhido alguém pela competência", disse.

Ana Rita Bessa, deputada do CDS-PP, também saúdou a decisão e pede como sucessor alguém das forças armadas. "Tendo em conta que na task force existem já elementos, por exemplo das Forças Armadas, capazes, capacitados de gerir operações desta natureza, operações logísticas de precisão e de processos com esta natureza, pois parece-me bem que, em vez de andarmos aqui a criar grupos de trabalho para inventar agora quem é que vai tomar conta deste assunto, que o entreguemos a quem sabe", afirmou.

A deputada defendeu ainda que, em vez de se iniciar "um novo processo de seleção de nomes", a solução pode ser "aproveitar o trabalho que essas pessoas já desenvolveram, aproveitar os expertise [perícia] que têm no seu treino e na sua função regular e pôr em marcha e entregar-lhe confiadamente esta responsabilidade".