Açores investiga “alegadas administrações indevidas” da vacina contra a covid-19

O objetivo é “acabar com qualquer tipo de suspeição” e “responsabilizar se houver que responsabilizar alguém sobre esta matéria”. 

Açores investiga “alegadas administrações indevidas” da vacina contra a covid-19

O Governo Regional dos Açores vai investigar "alegadas administrações indevidas" da vacina contra a covid-19, anunciou esta segunda-feira o secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses. O objetivo é "acabar com qualquer tipo de suspeição”.

"Na sequência das notícias vindas a público, relativamente à administração de vacinas e da receção das listagens dos vacinados neste primeiro momento da primeira fase, foi determinado, por mim, uma ação inspetiva a cargo da Inspeção Regional da Saúde, no sentido de apurar os factos relativos a vacinas e de eventuais responsabilidades, por alegadas administrações indevidas", afirmou aos jornalistas.

O objetivo é "acabar com qualquer tipo de suspeição" e "responsabilizar se houver que responsabilizar alguém sobre esta matéria". "Os ruídos, os boatos e os rumores vão surgindo e, para evitar que isto contamine um processo que é necessário que seja transparente, foi determinado que a ação inspetiva é sobre todo o processo de administração de vacinas até este momento", disse.

A decisão surge após a TVI ter divulgado as listas para a vacinação na Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira. Na lista, constava o nome de quatro pessoas da mesa da instituição. O provedor da instituição, António Bento Barcelos, afirmou que apenas a vice-provedora foi vacinada por exisitirem "doses sobrantes em risco de se perderem".

"Há situações inesperadas que podem ter criado a necessidade de administrar [a vacina] a pessoas que não constavam das listagens enviadas", reconheceu Clélio Meneses. "Percebemos que há situações inesperadas, que decorrem até do facto de as vacinas estarem com ampolas com aparentemente cinco doses. Depois veio a apurar-se que, de acordo com a seringa utilizada, poderiam ser seis doses". Como tal, já foi determinado a criação de listas "suplentes" para que "não haja qualquer margem de dúvida".

Segundo o secretário regional, a inspeção deverá ocorrer “no mais curto espaço de tempo”.