Desconfinamento só em março. ‘Medidas gradualistas são ineficazes’, critica Carmo Gomes

A reunião sobre a evolução epidemiológica da covid-19 em Portugal, realizada no Infarmed esta terça-feira, ficou marcada pelas críticas de Manuel Carmo Gomes, que vai deixar de fazer parte do painel de peritos, e pela quase inevitabilidade de um confinamento até meados de março. O problema das vacinas não é a logística, mas antes o…

O epidemiologista da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Manuel Carmo Gomes, considerou ineficaz a estratégia de medidas gradualistas, que tem sido seguida pelo Governo e sublinhou que o encerramento das escolas foi decisivo.

O especialista defendeu também que fossem estabelecidas linhas vermelhas para apertar e aliviar medidas e o reforço da testagem para manter a pressão na mola à medida que se desconfina.

O presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Henrique Barros, contrariou, durante a sua intervenção, a ideia de que as medidas iniciais não estavam a ser eficazes e pediu que se investiguem outras variáveis, como a temperatura e as diferentes taxas de letalidade por região.

Quanto ao confinamento e a uma possível data para o seu fim, a recomendação mais concreta foi do INSA: os modelos matemáticos desenvolvidos pela equipa do Instituto Ricardo Jorge sugerem que deve durar pelo menos dois meses, ou seja até meio de março, para baixar a incidência e colocar o número de doentes em UCI abaixo dos 300.

Sobre a vacinação, o vice-almirante Gouveia e Melo, novo coordenador da task-force, adiantou que está a decorrer ao ritmo possível e que o problema não é a logística, mas sim o facto de as vacinas não estarem a chegar à velocidade inicialmente acordada com as farmacêuticas.

O calendário apresentado não deixa dúvidas: os próximos meses vão ser ainda com baixa cobertura vacinal. Os grupos mais vulneráveis só ficam vacinados no segundo trimestre e a imunidade de grupo pode só ser atingida no final do verão.

 

Veja em baixo os destaques da reunião com peritos no Infarmed

Pico de casos a 29 de janeiro

André Peralta Santos, da Direção Geral da Saúde, fez a primeira apresentação na reunião do Infarmed. Portugal está com uma incidência de 1200 casos por 100 mil habitantes a 14 dias. O pico de notificações de casos aconteceu a 29 de janeiro.

Lisboa e Vale do Tejo com maior contágio

Peralta Santos revelou que foi criado um novo patamar para analisar o risco por concelho, acima dos 960 casos por 100 mil habitantes a 14 dias – a nível internacional considerado o patamar de risco mais elevado. Isto porque houve vários concelhos nacionais acima desse valor. Foi introduzido o patamar de 1920 casos por 100 mil habitantes, o dobro do nível de risco máximo. Atualmente, a 6 de fevereiro, a região de Lisboa e Vale do Tejo, particularmente área metropolitana de Lisboa e Setúbal têm incidências mais elevadas, acima de 960 e em alguns casos 1920, disse o responsável da DGS. Verificam-se estes valores noutras zonas do país mas em zonas menos povoadas.

Mortalidade aumentou três vezes face ao pico de dezembro

Peralta Santos confirma que hospitalizações estão a abrandar mas o pico de doentes em UCI não foi atingido ainda ou está em vias de o ser. Como o i avançou na edição desta terça-feira, os especialistas acreditam que o máximo de doentes em UCI será atingido esta semana. Também a mortalidade tem vindo a diminuir depois da subida acentuada em janeiro. O responsável da DGS salientou que o pico de mortalidade foi três vezes superior ao máximo de mortes que tinha sido registado em dezembro. O pico de mortes foi atingido na primeira semana de fevereiro.

Lisboa, Setúbal e Coimbra com maior prevalência da variante inglesa

Neste mapa estão sinalizados a verde os concelhos onde têm vindo a ser detetados mais testes positivos para a covid-19 sem a amplificação do gene S, o que indicia tratar-se de casos de infeção pela variante inglesa. Peralta Santos salientou no entanto que de o país está com uma tendência decrescente de casos e que o atual confinamento está também a permitir diminuir as infeções mesmo nas zonas do país com maior prevalência da variante.

RT a nível nacional em 0,78. Descida foi mais rápida do que em novembro (a diferença foi o confinamento)

Baltazar Nunes, epidemiologista do INSA, fez o ponto de situação sobre a curva epidémica. Começou por assinalar que a descida é clara e iniciou-se por volta de 15 de janeiro, coincidindo com o momento em que foi assinalado o confinamento. Comparando a descida de casos das últimas semanas com o que se passou em novembro, quando o Governo optou por medidas graduais, Baltazar Nunes indicou que na altura demorou 50 dias a reduzir o R do pico de 1,15 para 0,89, agora a redução para o mesmo patamar foi feito em 30 dias. A transmissão teve o momento mais elevado a 4 de janeiro (1,24) e está atualmente com um RT de 0,78 no último dia calculado pelo INSA.

Portugal é o país com maior redução de mobilidade na UE

Baltazar Nunes analisou o nível de confinamento a partir dos dados de mobilidade da Google. Portugal é neste momento o país com maior redução de mobilidade na UE, anunciou, com quebras de 66% na mobilidade associada a locais de comércio. No entanto, na última semana houve uma estabilização e parece ter sido atingido o nível máximo de confinamento.

INSA recomenda confinamento de dois meses. Terminaria a meio de março

Baltazar Nunes revelou que o INSA estudou três cenários de confinamento, de 30, 45 e 60 dias. O cenário de confinamento de dois meses, de 15 de janeiro a 15 de março, é o que produz maiores efeitos. "Os modelos matemáticos dizem-nos que precisamos de manter estas medidas por dois meses para trazer o número de camas ocupadas cuidados intensivos abaixo das 200 e a incidência acumulada abaixo dos 60 casos por 100 mil habitantes"

Variante inglesa não afeta mais crianças – "não há diferenças significativas"

João Paulo Gomes, responsável pelo estudo da diversidade genética do vírus no Instituto Ricardo Jorge, fez o ponto de situação sobre as novas variantes, em particular a inglesa. Os doentes infetados com esta variante do vírus têm 20 vezes maior carga viral, o que explica a maior transmissão. No entanto não há indícios de que afete mais umas faixas etárias do que outras. Recorde-se que em dezembro, uma das suspeitas avançadas por investigadores do Reino Unido foi de que poderia ser mais transmissível em crianças. "Não há diferenças significativas" na forma como afeta as diferentes faixas etárias, disse João Paulo Gomes.

Nova variante parecida com a da Califórnia é o novo foco de atenção

João Paulo Gomes apresentou os resultados da sequenciação de uma amostra de vírus de doentes diagnosticados na segunda semana de janeiro, que já tinham sido publicados esta semana pelo INSA. Confirmou-se o peso da variante inglesa, à época de 16% – agora já é maior. Em Lisboa, a prevalência é superior a 50%. João Paulo Gomes salientou no entanto que há uma evolução favorável, se no início aumentou 90%, agora está a aumentar 17% à semana, mesmo em Lisboa.

O investigador chamou no entanto a atenção para uma nova variante com uma mutação idêntica à de uma variante que foi detetada na Califórnia e que pode também afetar o comportamento do vírus, nomeadamente a forma como se liga às células. É agora um novo foco de preocupação sobretudo pela dispersão que teve em pouco tempo: representa agora 6,8% dos casos do país e se em novembro tinham sido detetados apenas "dois ou três casos" em três concelhos, agora surgiu em 32. "É importante continuar a perceber se vai continuar a disseminar-se de uma forma que não gostaríamos e vamos reforçar a vigilância", disse João Paulo Gomes, adiantando que vai ser reforçada a vigilância genética. "Faremos isto focado numa semana em cada mês e vamos proceder ao reforço da capacidade instalada em termos de referenciação".

Com confinamento leve o pico "seria mais longe, mais alto e mais prolongado" – Manuel Carmo Gomes

Manuel Carmo Gomes, epidemiologista da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, apresenta a curva epidémica e considera que foi decisivo o fecho das escolas anunciado pelo Governo a 21 de janeiro por oposição ao que classificou como "confinamento leve" decidido inicialmente pelo Governo. Recorde-se que na última reunião a 12 de janeiro, o investigador defendeu o fecho das escolas, à excepção das crianças até aos 12 anos, uma medida inicialmente afastada pelo Executivo. O investigador afirma agora que após 15 de janeiro se verificou um estacionamento da descida de contágios. "A grande desaceleração ocorre entre 28 e 29 de janeiro, que corresponde a sete dias depois de 21. É essa desaceleração que causa esta descida abrupta dos contágios." Sem essa decisão do Governo, Carmo Gomes diz que o pico de contágios teria sido "mais longe, mais alto e mais prolongado".

"Relação patológica" entre casos e testes "não é desejável"

Carmo Gomes chama a atenção para a descida de testes, que acompanha a descida de incidência como aconteceu antes do Natal quando os contágios abrandaram. Na altura, estima que ficaram por diagnosticar 5 mil casos que de outra forma seria detetados se tivesse sido mantido o número de testes. Agora acredita que esse efeito não está a acontecer mas defende que o país tem de baixar a taxa de positividade, que continua acima do recomendado pela OMS (5% vs 17%). Carmos Gomes classificou de "patológica" a relação entre o número de casos e testes, considerando que não é desejável e que é preciso aumentar a testagem.

"Proponho que adotemos uma postura completamente diferente em termos estratégicos"

Carmo Gomes fala das "lições" a retirar e defende que as medidas gradualistas são insuficientes. "Proponho que adotemos uma postura completamente diferente em termos estratégicos", disse, considerando que o crescimento exponencial, característico deste vírus, é "perigoso porque é contra-intuitivo". Falando concretamente do Natal, salientou que se passou de 3000 casos a 12 mil em seis semanas. "Na minha opinião, e pela nossa experiência, precisamos de ter uma resposta agressiva que seja guiada por critérios objetivos, linhas vermelhas. Se forem ultrapassadas essas linhas vermelhas temos de agir de uma forma agressiva em relação à pandemia", disse, desafiando a sala a visitar o site do movimento Contain Covid, subscrito por 871 cientistas.

Como exemplo, o investigador fala do reforço da testagem feito pela Dinamarca, o caminho que deve ser seguido em Portugal. "Numa das primeiras reuniões do Infarmed foi dada a imagem do vírus como uma mola. Como retirar a mão da mola sem que os casos venham por aí acima? A resposta é a testagem. A testagem é a arma que devemos usar e não o confinamento".

Carmo Gomes propõe três linhas vermelhas para apertar medidas

Para o investigador, um RT de 1,1, uma percentagem de casos positivos acima de 10% e uma incidência acima de 2000 novos casos por dia, pelo impacto nas hospitalizações, devem ser patamares de alerta para apertar medidas e reforço da testagem, que pode evitar um confinamento, mas não o descartando no entanto perante um futuro agravamento da situação. "Se bem que não tenhamos estudos de custo socio-económico, estou convencido de que é preferível ter duas semanas se necessário com resposta forte em que confinamos do que estar duas, três, quatro, sete semanas para trazer os casos para baixo". O investigador defende que as regras para o confinamento e desconfinamento devem ser conhecidas de todos. "Hoje em dia todas as pessoas perguntam quando é que podemos começar a aliviar as medidas. No meu entender, estamos longe disso, porque estamos ainda longe de atingir todos os objetivos que sugeri. Mas o que os objetivos pré-estabelecidos têm de vantagem é que são claros e se forem comunicados com antecedência as pessoas percebem quando se têm de tomar medidas e quando se pode aliviar medidas. O objetivo é não permitir que a curva epidémica aumente e ganhar tempo para vacinar o maior número de pessoas o mais rapidamente possível. Na primeira fase de vacinação estão 1,4 milhões de pessoas com maior risco e precisamos desesperadamente de tempo para vacinar estas pessoas."

"Ao contrário daquilo que tem sido afirmado, os portugueses aderiram às medidas e o seu efeito foi mais marcado"

Henrique Barros, presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, defende que o confinamento foi mais eficaz do que em março e que as medidas começaram logo a ter efeito, tendo sido reforçadas pelo fecho das escolas. "Ao contrário daquilo que tem sido afirmado, os portugueses aderiram às medidas e o seu efeito foi mais marcado do que no primeiro confinamento", começou por afirmar, depois de Manuel Carmo Gomes ter considerado decisivo o fecho das escolas e criticado a estratégia gradual seguida pelo Governo. O epidemiologista destacou o efeito das temperaturas na dinâmica da epidemia, que influenciam também a incidência de casos independentemente das medidas.

"O risco de morrer é muito variado nas diferentes regiões do país e pode ser da ordem do dobro"

Henrique Barros salientou que as diferenças nas taxas de letalidade por região são outro indicador que importa compreender, defendo que seria importante conhecer o número de admissões em cuidados intensivos e não apenas o número de doentes internados. "O risco de morrer é muito variado nas diferentes regiões do país, varia ao longo do tempo e pode ser da ordem do dobro", disse. "A compreensão fina das variações é muito importante para poder agir, ter uma resposta verdadeira proporcionada e modificar esta situação", defendeu.

"Se a vacinação correr como está previsto salvamos 3500 vidas até ao fim de setembro"

Henrique Barros apresentou a modelação que têm vindo a fazer sobre o papel da vacinação e os ganhos esperados ao longo dos próximos meses. Se a vacina tiver uma eficácia de 90% e o plano de vacinação correr como está previsto, o investigador diz que será possível salvar 3500 vidas até ao final de setembro, altura em que se chegará a uma cobertura vacinal de 70%. Se a vacinação fosse mais rápida, mesmo com menor eficácia, os resultados seriam melhores. "Um esforço de aceleração do processo de vacinação tem ganhos inequívocos em vidas e uma melhor gestão dos cuidados de saúde e poderemos imaginar sair da situação atual pela altura do verão, final do verão", defendam.

Henrique Barros adiantou que no futuro poderá vir a ser necessária uma revacinação periódica, isto mesmo sem haver variantes que comprometam a eficácia das atuais vacinas. Nesse caso, seriam precisas vacinas novas.

Portugueses recuperam cuidados após as festas mas aumenta o medo de procurar cuidados de saúde

Nas últimas semanas os portugueses voltaram a recuperar os cuidados que relaxaram no período das festas. Na altura, 20% dos portugueses inquiridos pelo barómetro da Escola Nacional de Saúde Pública tinham estado em grupos de dez pessoas de fora do seu agregado familiar, percentagem que agora baixou para 5%. Também aumentou o uso de máscara sempre. Foram alguns dos elementos apresentados por Carla Nunes, diretora da ENSP, que realiza periodicamente inquéritos à população.

Por outro lado, verifica-se uma diminuição da confiança da capacidade de resposta dos serviços de saúde: metade dos inquiridos diz agora evitar cuidados de saúde por receio da covid-19.

Notório é o aumento da confiança na vacina: 75% dos portugueses querem ser vacinados logo que possível, uma percentagem que começou por ser de apenas um terço.

Dados inéditos sobre a mortalidade dos doentes hospitalizados em Portugal

Carla Nunes apresentou resultados de um estudo inédito feito em Portugal sobre a mortalidade dos doentes com covid-19 hospitalizados no país, ainda referente apenas ao ano passado. Em dezembro, 21,45% dos doentes hospitalizados acabavam por falecer, em linha com o que se passou nos meses anteriores da pandemia. Por outro lado verificava-se uma diminuição da letalidade em cuidados intensivos, com 7,57% de óbitos entre doentes admitidos em UCI.

No global, a idade é um dos maiores preditores de mortalidade. Quase metade dos doentes com mais de 90 anos hospitalizados com covid-19 acaba por falecer.

Em termos de doenças prévias, doentes com diagnóstico cancro metastático apresentam maiores taxas de letalidade. A investigadora salientou no entanto o aumento da letalidade dos doentes diagnosticados com demência ao longo do último ano. Em UCI, a letalidade é menor nos doentes mais velhos e verifica-se uma maior mortalidade entre homens do que mulheres. A investigação conclui que ser homem, ter idade mais avançada, ter uma neoplasia maligna ou cancro metastática, doença de fígado, demência e outras doenças neurológicas são fatores de risco no período mais recente analisado.

40 958 anos de vida potencialmente perdidos em Portugal com a covid-19

A ENSP calculou pela primeira vez os anos de vida potencialmente perdidos em Portugal com a covid-19, tendo por base a esperança de vida para homens e mulheres e a idade dos doentes que faleceram até ao final de janeiro. Portugal registava até ao final de janeiro 40 958 anos de vida potencialmente perdidos, 39 anos por cada 100 mil habitantes. Carla Nunes defendeu que este é um indicador complementar para analisar o impacto da pandemia que permite comparar países. Portugal tem menos anos de vida potencialmente perdidos do que países como Itália, mas mais do que Alemanha ou Noruega. O Reino Unido é o país com mais anos de vida perdidos em todas as faixas etárias.

"Estamos num momento de estrangulamento de disponibilidade de vacinas"

A última apresentação da reunião cabe a Henrique Gouveia e Melo, coordenador da task-force de vacinação desde a semana passada. E começou por declarar que o país está com um "estrangulamento" da disponibilidade de vacinas, com a previsão de receber tanto este trimestre como no próximo menos vacinas do que o acordado. A vermelho o acordado e a azul o que o país vai receber. Neste primeiro trimestre estava prevista a entrega de 4,4 milhões de doses e devem chegar até ao final de março perto de 2 milhões de doses. Até ao momento o país recebeu 503 mil doses de vacinas, das quais 43 mil enviadas para Madeira e Açores. Das 460 mil doses no continente, 400 mil já foram administradas, disse. Portugal já tem 106 mil pessoas com as duas doses tomadas. Está a manter-se uma reserva de doses para garantir a segunda toma caso haja atrasos nas entregas de vacinas, afirmou o vice-almirante.

Task-force espera que 70% da população esteja vacinada no fim de agosto e toda a população receba a vacina este ano

Como já tinha sido dito por Francisco Ramos, a primeira fase da vacinação não vai ficar concluída até ao final de março e será prolongada para abril. "Não é um problema de administração nem logístico, é um problema de disponibilidade de vacinas", disse Gouveia e Melo. Ao todo é preciso vacinar 235 mil profissionais de saúde e elementos de forças de segurança e 1,4 milhões de idosos e doentes de risco e as doses previstas para o primeiro trimestre não chegam, pelo que a primeira fase será prolongada para abril.

Começa então a segunda fase de vacinação, que abrange idosos com mais de 65 anos e restantes doentes crónicos. "Com as vacinas que temos disponíveis estamos a fazer uma média de 22 mil vacinas por dia, uma média que ainda não exige soluções para além das que estão estabelecidas dentro do SNS. No segundo trimestre a média vai subir para quatro vezes mais e aí terão de se montar soluções de vacinação mais rápida, apesar do serviço de saúde conseguir responder ainda. No terceiro trimestre o aumento vai ser superior e as soluções de alargar o processo de vacinação a outros agentes e postos de vacinação rápida será soluções", adiantou.

"Se as vacinas chegarem ao ritmo que está previsto apesar das limitações no mercado internacional e se conseguirmos administrar todas em tempo, o que acho que não será um problema, deveremos atingir os 70% da população (vacinada) entre o final de agosto e início de setembro". O responsável deixou também a garantia de que mesmo com o atual estrangulamento a previsão é de que a população toda seja vacinada até ao final de dezembro.

Debate à porta fechada

Termina a reunião e a parte de debate não é transmitida em direto. É o momento em que Presidente da República e participantes podem questionar os técnicos. Na última reunião o fecho das escolas foi um dos temas quentes.