Marcelo. “Provocar nesta altura crises políticas era tempo perdido”

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou ao país após o Parlamento ter autorizado a renovação do Estado de Emergência.

Para o Presidente da República, “provocar nesta altura crises políticas era tempo perdido”, afastando assim um cenário que tem vindo a ser  sugerido por alguns responsáveis, como é o caso de Governo de salvação nacional. “Os portugueses compreenderam que o bom-senso já aconselhava que provocar, nesta altura, crise políticas, com cenários de governos à margem dos partidos, de resultado indesejável em tempo perdido, em terceiras eleições no verão e nada de novo no horizonte, não servia para outra coisa se não para agravar a pandemia”, referiu na sua declaração ao país depois de o Parlamento ter autorizado a renovação do Estado de Emergência (o 11.º) que irá vigorar até 1 de março.

Marcelo Rebelo de Sousa não deixou margem para dúvidas: “Temos de continuar a apoiar os que sofrem com semanas de sacrifício”, acrescentando “tudo sem crise política, sem cenários de Governo de salvação nacional”. E lembrou: “Já basta a crise na saúde”.

O chefe de Estado apontou também como essencial a redução no número de novos casos diários para “menos de dois mil” até à Páscoa, uma vez, que fez questão de referir que não bastará baixar os contágios já que também é necessário reduzir significativamente a pressão sobre os serviços de saúde. E como tal, defende que o caminho que se segue é de continuidade, para evitar uma quarta vaga. 

“Temos de sair da primavera sem mais um verão e outono ameaçados”, considerando que estes “foram dias, mais uns, nesta saga de quase um ano, pesados para todos, dramáticos para bastantes, mas foi o correr dos dias que permitiu trazer razão onde reinava a emoção. Os portugueses compreenderam que os apoios europeus eram simbólicos, não substituíam os heróis na saúde, mas mostravam que, numa verdadeira união, ninguém deve esquecer ninguém”.

O Presidente da República deixou ainda uma palavra em relação ao plano de vacinação ao defender que em abril é preciso “vacinar mais e depressa”, apesar de reconhecer que “há atrasos na produção e no fornecimento de vacinas na Europa e em Portugal”. Mas defende que só seguindo este caminho é que é possível atingir o objetivo de ter 70% da população vacinada até setembro.

Já em relação à vacinação indevida não deixou margem para dúvidas: “Os portugueses compreenderam que os responsáveis pelos desvios por favoritismo de vacinas iam ser exemplarmente punidos”.

Por fim, o chefe de Estado dirigiu palavras de agradecimento ao povo português: “Quero agradecer-vos este confinamento global e apelar a mais resistência ainda. Quero dar-vos esperança. Vós, portugueses, sois na verdade a única razão de ter orgulho em Portugal”.