Princesa Leonor ‘troca’ palácio por um castelo medieval

A princesa Leonor, herdeira da coroa espanhola, vai fazer o ensino secundário no UWC Atlantic College, no País de Gales. O curso tem a duração de dois anos letivos e tem um custo de 76,500 euros, que será pago com a renda anual de Felipe VI e Letizia.

A futura rainha de Espanha prepara-se para trocar o Palácio da Zarzuela por um castelo do século XII no Reino Unido. Leonor Borbón y Ortiz, com 15 anos, irá ingressar num curso internacional no United World College (UWC) Atlantic College, sediado no País de Gales, já no próximo ano letivo.

Segundo avança a Casa Real Espanhola em comunicado, a princesa das Astúrias «passou por todo o processo de seleção exigido pelo Comité Espanhol da United World Schools Foundation, que consiste numa fase inicial de pré-seleção, desenvolvida de forma anónima por cada candidato, e numa fase final, realizada eletronicamente com testes diferentes».

O International Baccalaureate tem a duração de dois anos (2021-2022 e 2022-2023), o seu programa académico inclui «disciplinas de ciências e literatura» e fica completo com um «curso interdisciplinar comum de teoria do conhecimento e a realização de uma monografia de caráter investigativo». A monarca também frequentará um «programa especial» sobre criatividade, em que terá formação em teatro, música, arte, desporto e apoio à comunidade.

«O UWC é um movimento de educação global que faz da educação uma força para unir pessoas, nações e culturas pela paz e um futuro sustentável. É caracterizado pelo seu espírito aberto e crítico. Não tem cariz religioso, político ou qualquer outro condicionamento», aponta o Palácio da Zarzuela.

A mudança para o País de Gales está prevista entre o final de agosto e o início de setembro e o colégio já deu as boas-vindas à princesa. «Estamos ansiosos para receber Sua Alteza Real, a princesa Leonor das Astúrias, como uma das selecionadas para participar no UWC Atlantic em 2021», afirmou o diretor, Peter T. Howe, citado pela imprensa espanhola.  A princesa irá residir, «à semelhança dos restantes alunos», numa das residências escolares do colégio, e partilhará quarto com três estudantes, «distribuídos por grupos de nacionalidade, origens e confissões religiosas». Nas mesmas residências, vivem também professores e funcionários da instituição. As propinas têm custo de 76,500 euros e serão pagas com a renda anual de Felipe VI e Letizia.

Até aqui, a filha primogénita dos reis de Espanha estudara, tal como o pai, no colégio de Santa María de los Rosales, em Madrid, uma instituição privada onde ainda estuda a irmã mais nova, a infanta Sofía, de 13 anos. A decisão de tirar um bacharelato fora do país constitui uma novidade em relação à educação do pai, que só foi estudar para o estrangeiro – neste caso para a Lakefield College School, no Canadá – depois de concluir o ensino secundário. No entanto, é semelhante ao percurso escolar de outros monarcas. A herdeira ao trono belga, Elisabeth, atualmente com 19 anos, concluiu os seus estudos no UWC Atlantic College em 2020 e está, desde setembro, a frequentar o curso de Ciências Sociais e Militares na Academia Militar Real da Bélgica, sendo a primeira mulher da família real belga a ter formação militar [ver pág. 26-27]. Também o rei dos Países Baixos, Willem-Alexander, de 53 anos, e a princesa herdeira da Jordânia, Raiyah, de 35 anos, estudaram naquela instituição. Apesar dos nomes de ‘elite’, em cada escola do UWC «pode haver cerca de 80 nacionalidades, com alunos de vários estatutos económicos», sendo a sua seleção feita «com base no seu mérito e potencial», acrescenta a nota. Assim, «a condição financeira não é determinante no processo de seleção» e «75% dos alunos possuem bolsa integral ou parcial». No seu site oficial, o UWC dá conta que 5% dos seus estudantes são refugiados de áreas de conflito, como a Palestina, Iémen, Iraque ou Afeganistão.

*Texto editado por Laura Ramires.