Detetado primeiro caso de transmissão a humanos da estirpe H5N8 da gripe das aves

A Rússia registou o primeiro caso de uma estirpe do vírus H5N8 que passou das aves para humanos e reportou o caso à Organização Mundial da Saúde.

A estirpe H5N8 da gripe das aves foi detetada, pela primeira vez, em humanos, em sete trabalhadores que foram infetados com a doença numa avicultura russa em dezembro passado.

De acordo com Ana Popova, chefe da agência de vigilância de saúde do consumidor Rospotrebnadzor, os trabalhadores recuperaram e “a situação não teve mais desenvolvimentos”.

Apesar de a H5N8 ter cruzado “a barreira intraespécies”, “esta variante do vírus não é transmitida de pessoa para pessoa atualmente”, declarou Popova, adiantando que a informação já foi remetida à Organização Mundial de Saúde.

Na ótica da dirigente, esta nova mutação do também chamado Influenza A “dá a todos nós, ao mundo inteiro, tempo para nos prepararmos para possíveis mutações e a possibilidade de reagir e desenvolver sistemas de teste e vacinas”.

Por outro lado, o Vector Institute – centro de investigação em virologia e biotecnologia -, na Sibéria, veiculou no sábado que vai começar a desenvolver testes em humanos e uma vacina contra o H5N8, de acordo com a agência de notícias RIA.

A maioria dos casos de infecções humanas da gripe aviária tem sido associada ao contato direto com aves infectadas vivas ou mortas, embora alimentos devidamente cozidos sejam considerados seguros. Importa mencionar que os casos tendem a surgir através da migração de aves selvagens, levando os países produtores a manter as suas aves protegidas ou impedidas de viver livremente.

Importa referir que surtos desta estirpe foram igualmente identificados em países da Europa, na China, no Médio Oriente e no norte de África nos últimos meses, mas apenas em aves.

No Reino Unido, já foram detetadcinco surtos da H5N8 em Gloucestershire, Dorset, Devon, Cheshire e Kent, no mês de novembro. O Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais disse que todas as aves nas áreas afetadas foram abatidas “humanitariamente” e as zonas de controle foram introduzidas.

Em França, milhões de animais foram abatidos para impedir a progressão do vírus. A 5 de janeiro, o Ministério da Agricultura informou que mais de 200 mil patos tinham sido abatidos no país, para travar a progressão de vários surtos de gripe aviária, tendo ainda revelado que outras 400 mil aves também seriam abatidas preventivamente.

Recorde-se que outras estirpes da gripe das aves, incluindo as H5N1, H7N9 e H9N2, já foram transmitidas a humanos.