Holanda investiga incidente com Boeing 747-400

A polícia holandesa decidiu avançar com uma investigação técnica depois do motor do avião de carga, Boeing 747-400, ter começado a arder poucos segundos depois de descolar do aeroporto de Maastricht-Aix-La-Chapelle. Vários destroços do avião caíram pelo céu, provocando dois feridos. 

Os aviões da empresa Boeing estão com vários problemas técnicos detetados em diferentes países. No passado sábado, ocorreram dois acidentes idênticos nos motores dos modelos 747-400 e 777 da Boeing.

Na Holanda, o motor do avião de carga, do modelo 747-400, começou a arder poucos segundos depois de descolar do aeroporto de Maastricht-Aix-La-Chapelle. E o mesmo aconteceu, nos Estados Unidos, num 777 da United Airlines, com 241 pessoas a bordo, que foi obrigado a regressar ao aeroporto de Denver devido a um incêndio no reator direito, tendo aterrado em segurança.

Segundo a agência noticiosa France-Presse (AFP), a polícia holandesa decidiu avançar com uma investigação técnica sobre os aviões. "Estamos já a realizar uma investigação técnica. Veremos se há alguma responsabilidade por tudo o que aconteceu. A empresa Boeing será interrogada", indicou um porta-voz da polícia holandesa que pediu anonimato.

De acordo com o comunicado da Boeing, o incidente nos Estados Unidos levou o fabricante a aconselhar a paralisação de 128 aviões do modelo 777 que estão em funcionamento (69) ou em armazenamento (59), com motores Pratt & Whitney 4000-112.

A aeronave que partiu dos Países Baixos destinava-se a Nova Iorque e transportava mercadorias, incluindo produtos farmacêuticos, aterrou de emergência, em segurança, no aeroporto de Liège, na Bélgica.

Foram divulgadas, esta segunda-feira, fotografias na imprensa holandesa que já tinham circulado nas redes sociais dos destroços do aparelho em Meerssen, perto de Maastricht, nomeadamente de um pedaço que caiu em cima de um automóvel.

"Estou tão chocada como todos os habitantes" da cidade, admitiu a presidente da câmara de Meerssen, Mirjam Clermonts-Aretz, que testemunhou um momento da situação, à AFP.

Mirjam Clermonts-Aretz vive perto do aeroporto e ouviu as "detonações vindas do avião", explicando que “muitas peças” caíram do aparelho.

Pelo menos duas pessoas, uma idosa, que ficou em observação no hospital, e uma criança, ficaram feridas com a queda dos destroços, segundo a autarca.

O aeroporto de Maastricht-Aachen já veio pedir desculpas pelo incidente e disse que está a tentar contactar com os familiares das vitimas, sem admitir quais razões para o fazer.

Nos últimos anos, o fabricante norte-americano Boeing já causou vários problemas e acidentes graves com outros modelos. O 737 MAX ficou paralisado durante 20 meses devido a dois acidentes que provocaram 346 mortos em apenas seis meses.

Em março de 2019, um voo do 737 MAX da Ethiopian Airlines causou 157 mortos. E ainda antes, em outubro de 2018, numa viagem da Lion Air, na Indonésia, um acidente provocou 189 mortos.

Os voos comerciais do Boeing 737 MAX regressaram em dezembro de 2020, primeiramente no Brasil e de seguida nos Estados Unidos e no Canadá. Já na Europa, este modelo realizou a primeira viagem pela companhia aérea belga TUI Fly, no dia 17 de fevereiro.

No caso do modelo 777, ", a Japan Airlines (JAL) e a All Nippon Airways (ANA) anunciaram também a imobilização de 13 e de 19 aviões deste tipo, respetivamente.

De acordo com vários órgãos de comunicação norte-americanos, as únicas companhias aéreas que utilizam o 777 da Boeing estão situadas nos Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul.