Cinco crianças sozinhas em casa há vários dias resgatadas pela PSP

As crianças “estavam descalças e vestidas com pijamas, sem qualquer conforto e com total desleixo e falta de higiene, sendo que dois meninos estavam ‘sujos’ e sem qualquer cuidado de higiene”. A mãe terá viajado de Bragança para Lisboa para tratar de “assuntos de cariz pessoal”.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) de Bragança resgatou cinco crianças que se encontravam sozinhas em casa há vários dias. Em comunicado, a PSP explica que os menores são irmãos e têm entre 1 a 12 anos.

A situação foi detetada no passado sábado, após uma denúncia. Assim, "por não haver qualquer adulto presente" e por os polícias se aperceberem que "a integridade das crianças estava gravemente em risco, acedeu-se à residência, por ser o único meio adequado, proporcional e possível, para tomar as medidas necessárias para proteção das crianças".

As crianças "estavam descalças e vestidas com pijamas, sem qualquer conforto e com total desleixo e falta de higiene, sendo que dois meninos estavam 'sujos' e sem qualquer cuidado de higiene" e "o interior da residência denotava total falta de asseio e de quaisquer comodidades, sendo que todas as divisões estavam completamente desarrumadas, com lixo espalhado por todo o lado", afirma a PSP.

No interior da residência, foram encontrados "sacos com lixo doméstico e restos de comida, panelas e pratos também com restos de comida, num ambiente nauseabundo e com vários objetos cortantes expostos e ao alcance das crianças".

"Perante este cenário, em face do perigo concreto para as crianças, não existindo qualquer familiar adulto que pudesse ser contactado, procedeu-se à retirada de emergência das crianças, a fim de salvaguardar a sua integridade e o seu bem-estar, as quais foram conduzidas para uma Instituição local de Apoio Social", lê-se no comunicado.

Foi ainda possível "apurar que as crianças estavam sozinhas há cinco dias, ao cuidado do irmão mais velho, com 12 anos de idade, o qual informou que a mãe havia viajado a Lisboa a tratar de assuntos de cariz pessoal".

O caso foi entregue à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Bragança e os factos remetidos para tribunal.