Testagem. Novas regras em vigor

Ministra da Saúde desvalorizou a descida de testes nas últimas semanas, por acompanhar a descida de incidência, e sublinhou que a nova estratégia de testagem está a ser articulada, tanto ao nível do teste de contactos como futuros rastreios nas escolas. 

As novas orientações para serem testados todos os contactos de alguém infetado com o SARS-CoV-2 só entraram em vigor à meia-noite de segunda-feira. Marta Temido explicou que apesar de a estratégia já estar publicada foi necessário operacionalizar os algoritmos do SNS24 para alargar a requisição de testes. A ministra da Saúde desvalorizou a descida de testes nas últimas semanas, por acompanhar a descida de incidência, e sublinhou que a nova estratégia de testagem está a ser articulada, tanto ao nível do teste de contactos como futuros rastreios nas escolas, defendendo que Portugal é o 7.º país na UE com mais testes per capita. Janeiro foi o mês com mais testes, fevereiro é o terceiro.

O último relatório do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças, como o Nascer do SOL noticiou, mostra no entanto que na segunda semana de fevereiro Portugal baixou para 17.º lugar na UE na testagem por 100 mil habitantes, depois de no pico desta vaga ter estado no top 10, e que a testagem massiva não estava então ainda a descolar. O ECDC analisa os dados reportados pelas autoridades nacionais de saúde e não o total acumulado de testes, o que permite perceber a evolução a cada semana com critérios uniformes entre países. A positividade tem estado a baixar, situando-se ao nível de outubro (8%), mas na segunda semana de fevereiro havia vários países com menor positividade e até menor incidência de novos casos de covid-19 a testar mais do que Portugal.

“Os nossos testes continuam a guiar-se pelos casos positivos e não estamos a conseguir ampliar os testes rápidos em contexto ocupacional como seria desejável”, disse ao Nascer do SOL o epidemiologista Manuel Carmo Gomes, que na penúltima reunião do Infarmed, a última em que participou como orador, defendeu: “Se estamos a pensar que vamos ampliar de repente a testagem quando os casos começarem a subir podemos não ter tempo. Quando há aumento de casos é exponencial e é muito difícil aumentar a testagem a esse ritmo. Não digo que seja impossível, mas é melhor ter as coisas preparadas antes e começar a testar muito mais antes de começarmos a desconfinar. Isso é que era o ideal”. Marta Temido garantiu ontem que os testes serão reforçados.