PCP contra confinamento duradouro e CDS exige calendário

Marcelo Rebelo de Sousa está a ouvir os partidos e rejeitou aliviar restrições. Hoje é a vez do Bloco de Esquerda, PSD e PS.

O Presidente da República revelou aos partidos que vai ficar tudo como está. Marcelo Rebelo de Sousa está a ouvir os partidos, por videoconferência, sobre a renovação do estado de emergência e todos ficaram com a ideia de que as restrições são para manter durante a primeira quinzena de março.

O Governo já tinha avisado que é cedo para pensar no desconfinamento, mas os partidos ouvidos esta quinta-feira pelo Presidente da República insistiram na ideia de que é preciso começar a planear o alivio das restrições. “O CDS exige um calendário transparente e previsível sobre as regras do desconfinamento nos próximos três meses para que se dê início a uma desconfinamento progressivo e gradual nas áreas da educação, nos contactos sociais, nos negócios e nas atividades, nos eventos e também nas viagens”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos, a seguir à audiência com o chefe de Estado.

O CDS defende que o desconfinamento deve começar pelo regresso às aulas presenciais dos alunos até aos 12 anos. “Deve ser gradual e progressivo”, acrescentou o líder do CDS.

O PCP disse ao Presidente da República que “o confinamento tem de ser entendido como uma medida de exceção e não como solução duradoura”.

Jerónimo de Sousa defendeu ainda que o encerramento das escolas não se pode prolongar. “É necessária uma planificação que inclua medidas de reforço dos meios escolares. Está provado que as escolas não são foco da epidemia, é necessária uma planificação, que inclua medidas de reforço dos meios escolares”, disse.

Mariana Silva, do PEV, também defendeu que “já deveria estar a ser feito o planeamento do desconfinamento”.

A deputada ecologista considera que é necessário “voltar-se à escola presencial o mais rápido possível” e garantir que professores e alunos são testados.

Vai faltar comida na mesa O Chega foi mais longe e lamenta que não estejam a ser dados sinais de uma reabertura faseada. “Vai chegar o momento em que vamos começar a ter falta de comida na mesa e dinheiro na carteira”, alertou André Ventura, após o encontro virtual com o Presidente da República.

O líder e deputado do Chega também desafiou o Governo a definir um calendário para o recomeço das aulas presenciais, porque “Os pais não podem estar em casa sem saber o que vai acontecer”.

“O país adormeceu” Já João Cotrim Figueiredo, da Iniciativa Liberal, começou por revelar que “não há intenção do Presidente de alterar seja o que for no decreto presidencial de declaração do estado de emergência”.

O líder e deputado dos liberais defendeu que “não se pode gerir uma pandemia deste tipo só a pensar no aspeto sanitário”. Cotrim Figueiredo considera que “parece que o país adormeceu” e isso “pode custar muito caro durante muito tempo”.

Por último, o PAN apoia a decisão do Governo de manter as restrições. “É verdade que o número de casos e internamentos está melhor, mas não é suficiente para que se possa sair deste panorama de confinamento e restrição de movimentos. O confinamento é ainda necessário para o combate à pandemia”, afirmou André Silva.

O Presidente da República continua a ouvir os partidos durante esta quarta-feira. Estão previstas audiências com o Bloco de Esquerda, PSD e PS.