“Esta crise que o Benfica atravessa não tem nada a ver comigo”, defende Jorge Jesus

O técnico encarnado garantiu que “as expectativas” são as melhores para o jogo de quinta-feira contra o Arsenal.

A antevisão da partida do Benfica a contar para a segunda mão dos 16-avos-de-final da Liga Europa, contra o Arsenal, levou Jorge Jesus a garantir a confiança que tem para o jogo, apesar de ter comentado o mau momento pelo qual a equipa está a passar.

"As expetativas são as melhores, não só porque confias que tens capacidade para disputar este segundo jogo e garantir o apuramento, como nas expetativas de continuar nesta competição. A confiança é total, o respeito pelo adversário também, sabendo o valor desta equipa. Antes do primeiro jogo já acreditávamos que podíamos disputar a eliminatória e é isso que vamos fazer à Grécia, disputar a eliminatória e as expetativas são as melhores, acreditando que podemos passar", começou por referir Jesus.

O técnico encarnado, no entanto, desligou-se do mau momento da equipa, colocando o ónus dos resultados aquém das expectativas nos efeitos da pandemia da covid-19. "Nós, Benfica, durante estas semanas, meses somos alvo de críticas injustas e passo a explicar porquê: eu, como treinador do Benfica, serei sempre o responsável pelos bons e pelos maus resultados quando eu tiver alguma responsabilidade nisso. 'Então mas tu és treinador do Benfica e não tens a ver com esta crise?' Não, não tenho, porque eu não treinava os jogadores do Benfica, os jogadores estiveram doentes durante dois meses, em janeiro o Benfica era 2.º, a dois pontos do Sporting. Em janeiro, o Benfica teve 12 jogadores fora por COVID-19, desses seis, sete normalmente jogavam. Inclusivamente a equipa técnica teve várias sessões de trabalho que não deu à equipa", defendeu o técnico.

Jesus continuou, afirmando que "não tem nada a ver" com a crise que o Benfica atravessa, até porque "não treinava os jogadores". "Não tem nada a ver com os meus jogadores, porque andaram a dizer que os meus jogadores não corriam, não suavam a camisola. Mas não soavam a camisola como? Se eles vieram de uma doença que ninguém controla. Durante dois meses andamos nisto. Depois do jogo do FC Porto tivemos 10 jogadores com COVID-19, mais 16 pessoas do staff, tivemos uma equipa técnica a não dar treinos vários dias", concluiu ainda.

A solução para a equipa, garante, passa pelo "carinho" e não pela "dúvida". "O presidente, o treinador, os jogadores, a estrutura não conseguem controlar um surto de COVID, que teve durante dois meses e meio aqui dentro.  Tivemos culpa noutras coisas. Chega de meresponsabilizarem, de responsabilizarem o Presidente do Benfica, e os jogadores do Benfica", frisou.

Jorge Jesus vincou ainda mais a sua resposta aos rumores sobre a sua saída do clube, garantindo que não o fará, e que o presidente "não tem nada a ver com o que aconteceu".

"Quando colocam a questão se vou sair pelo meu pé, não vou sair por pé nenhum. Eu não me sinto responsável por esta crise do Benfica, nem eu, nem os meus jogadores, nem o presidente, nem a estrutura. Fomos apanhados no meio de uma pandemia, foi novidade para todos. Se eu estivesse a trabalhar e estes resultados acontecessem, atenção, estava cá para assumir a responsabilidade", defendeu Jesus, que comentou ainda o 'buzinão' de protesto que se fará ouvir por parte dos adeptos encarnados. "Hoje vai haver um buzinão pela crise do Benfica. Devia de haver um buzinão, mas era para nos dar carinho, a mim, aos meus jogadores e ao presidente! Isso é que deviam fazer, porque não sabem o que sofremos aqui durante dois meses e meio", reiterou o técnico.

O SL Benfica enfrenta na quinta-feira o Arsenal para a segunda mão dos 16-avos de final da Liga Europa, em Atenas, após ter empatado a uma bola com os ingleses na primeira mão.