Fecho de fronteiras Alto Minho/Galiza causa 92 milhões de prejuízos

O estudo de Xavier Cobas refere que, “além da diminuta faturação, todos estes setores sofreram o efeito do encerramento das fronteiras”.

O fecho de fronteiras entre Portugal e Espanha, em 2020, provocou "uma perda de faturação superior a 92 milhões de euros" nos 26 municípios portugueses e galegos do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Rio Minho, revela o estudo. 

AECT Rio Minho adiantou que aquele impacto económico do primeiro confinamento geral motivado pela pandemia de covid-19, entre 17 de março e 30 de junho, "é a principal conclusão de um estudo solicitado pelo AECT Rio Minho ao doutorado em Economia da Universidade de Vigo Xavier Cobas, que destacou que o prejuízo económico do atual encerramento será ainda maior".

O documento "apresenta vários dados indiscutíveis sobre o sofrimento da economia nas duas margens do Minho, com o comércio e a hotelaria a serem os setores mais afetados, com um impacto na perda de faturação de 92 milhões de euros – equivalente a 23 milhões de euros de Valor Acrescentado Bruto -, segundo os dados oficiais disponibilizados pelos governos" de Portugal e Espanha.

O estudo de Xavier Cobas refere que, "além da diminuta faturação, todos estes setores sofreram o efeito do encerramento das fronteiras".

"No comércio as perdas aumentaram 12% e 19% na hotelaria e restauração, ao que acresce a quebra dos negócios, simplesmente pelo facto dos consumidores da raia não terem acesso, já que as fronteiras estavam apenas abertas a trabalhadores", sustenta o estudo, que aponta ainda "o número de horas de trabalho perdidas devido à espera na ponte internacional de Valença-Tui".

"Atendendo a um tempo médio de espera de 15 minutos na ida e outros 15 na volta (valor muito conservador por se detetarem largas filas de horas diariamente), e sabendo que no primeiro encerramento passaram pelo controlo 356.000 pessoas, a economia da zona perdeu 180.000 horas efetivas", revela o trabalho.