PIB. Fórum para a Competitividade vê queda até 6%

Em relação ao turismo chama a atenção para o facto de ter havido uma deterioração de expectativas, sem esperança em relação à Páscoa.

O Fórum para a Competitividade prevê uma queda em cadeia do PIB entre 3% e 6% no 1.º trimestre, o que representa uma variação homóloga entre -5,5% e -8,5%.

O confinamento mais estrito, somado ao autoconfinamento, terão tido um impacto económico acentuado, visível já nos primeiros indicadores do ano. "O novo confinamento decretado em meados de janeiro já teve efeitos visíveis na actividade económica, mas de forma atenuada na indústria (com a confiança de fevereiro ainda acima dos valores de Novembro) e construção (com queda marginal das vendas de cimento em janeiro)", revela em comunicado.

E lembra que após a subida, um pouco surpreendente, da confiança dos consumidores em Janeiro, verificou-se uma queda no mês seguinte, mais alinhada com a deterioração do sentimento no comércio a retalho. Nos serviços é que se registou uma quebra muito mais acentuada, por serem das actividades mais directamente afectadas pelo confinamento que, desta feita, criou novas restrições um pouco surpreendentes (vendas de vestuário, livros e outros produtos nas grandes superfícies).

Em relação ao turismo chama a atenção para o facto de ter havido uma deterioração de expectativas, sem esperança em relação à Páscoa. "Os dados de dezembro revelaram uma ligeira melhoria, mas ainda com valores muito negativos, de que são exemplo a queda de 73,7% dos proveitos do sector e de 72,4% nas dormidas, ainda muito profunda nos residentes (-54,1%). A queda nas dormidas dos não residentes foi de tal ordem, que os portugueses superaram os estrangeiros pela primeira vez desde 1978", refere.

Em relação aos próximos meses,  lembra que fontes do sector estão mais pessimistas, por se terem desvanecido expectativas de alguma possibilidade de recuperação na Páscoa e da escassez das linhas de apoio. "Destacam também o atraso nas vacinas e a ausência de uma campanha internacional para limpar a nossa imagem com os casos de pandemia muito elevados registados no início de 2021".

O documento diz ainda que os dados do mercado de trabalho continuam muito influenciados pelas medidas extraordinárias de layoff e alguns apoios às empresas, suspeitando-se que dão uma imagem demasiado favorável da realidade subjacente. De qualquer modo, a taxa de desemprego no 4.º trimestre baixou, de 7,8% para 7,1%, com um crescimento trimestral de 1,2% do emprego.

Quanto às exportações voltaram a desacelerar em termos homólogos, desta feita de forma pronunciada (de -0,2% para -7,8%), ao contrário das importações (de -11,9% para -6,9%). Houve agravamento em quase todos os principais países de destino, com a excepção da Alemanha, EUA e Bélgica. No conjunto do ano, registou-se uma queda de 10,2% nas exportações e de 15,2% nas importações, muito condicionadas pelas quebras do 2º trimestre.