Ambiente. Zero quer acabar com veículos a combustíveis fósseis

Associação Zero considera o Plano de Recuperação e Resiliência uma desilusão.

A associação Zero defendeu ontem no Parlamento o fim da venda de veículos com motor a combustão, nos próximos dez anos. A proposta foi apresentada na comissão criada para discutir a futura Lei de Bases do Clima.
Francisco Ferreira, presidente da associação climática, admitiu também acreditar no fim dos subsídios para os combustíveis fósseis, tal como nas compensações pelas emissões de efeito estufa, assim como as compensações pelas emissões de efeito estufa. Como recomendações, a associação Zero propôs a definição de metas específicas, entre as quais a redução para 2030 de 60% das emissões em relação a 2005.

Na reunião, a Zero afirmou ainda acreditar que a Lei de Bases do Clima e as respetivas políticas ambientais “devem ser firmemente apoiadas na ciência”, assim como devem ser sustentadas pelo princípio do ‘poluidor-pagador’, sendo desse modo necessária a “aplicação de uma taxa de carbono”. Com o objetivo de se atingir não só a neutralidade carbónica como também a climática, a associação explicou que as políticas devem ter em conta a redução de todos os gases que causam efeito estufa, e não apenas no dióxido de carbono.

Para a associação climática Zero é ainda necessária a criação de “orçamentos de carbono” a cada cinco anos, que contemplem a definição de “tetos para cada setor”, assim como a existência de uma Assembleia Climática de Cidadãos e outras medidas que possibilitem a particpação dos cidadãos na discussão das políticas ambientais.
Ainda na reunião, a Zero afirmou considerar o Plano de Recuperação e Resiliência uma “desilusão”, ficando por cumprir metas de transição verde. O presidente fez questão de sublinhar  que “não há, nem vai haver vacina para o clima, por isso é preciso apostar na prevenção”.