Rússia diz que sanções dos EUA e da UE sobre caso Navalny são “absolutamente inaceitáveis”

Peskov justificou as más relações com as divergências que marcam os grandes temas internacionais, nomeadamente as acusações constantes contra a Rússia sobre o seu sistema eleitoral, espionagem e ataques informáticos em vários países desenvolvidos.

Rússia diz que sanções dos EUA e da UE sobre caso Navalny são “absolutamente inaceitáveis”

O porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, disse, esta quarta-feira, que o Governo russo considerou “absolutamente inaceitáveis” as novas sanções adotadas pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos (EUA) e que estas irão “prejudicar significativamente as relações já degradadas” entre a Rússia e o Ocidente.

Peskov justificou as más relações com as divergências que marcam os grandes temas internacionais, nomeadamente as acusações constantes contra a Rússia sobre o seu sistema eleitoral, espionagem e ataques informáticos em vários países desenvolvidos.

"Nós consideramos que tais restrições (sanções) são absolutamente inaceitáveis", afirmou Peskov, ao mostrar-se "perplexo" com as "decisões absurdas e injustificadas".

"[As sanções] não são mais do que ingerências em assuntos internos da Rússia", sublinhou o porta-voz do Kremlin.

Para Peskov, as acusações sobre os serviços secretos da Rússia, nomeadamente no caso de envenenamento de Navalny são “escandalosas”.

"Nós só podemos lamentar que os nossos adversários recorram a estes métodos, que têm um efeito destrutivo nas relações bilaterais", realçou Peskov, evidenciando que a Rússia vai responder também com sanções, para defender os interesses do país.

De realçar que, nesta terça-feira, os EUA anunciaram sanções contra sete altos responsáveis russos, nomeadamente o chefe dos serviços secretos (FSB), Alexandre Bortnikov, também o chefe dos serviços penitenciários, Alexandre Kalashikove, e ainda o colaborador do presidente da Rússia, Serguei Kirienko.

Peskov admitiu que as sanções norte-americanas “não vão ter qualquer efeito”.

Também na terça-feira, a UE formalizou a aplicação de sanções contra quatros altos funcionários do Kremlin.