Futebol chinês em profunda crise

O mundo do futebol chinês tem sofrido fortes mazelas devido à crise mundial associada à pandemia da covid-19.

A miragem dos salários chorudos no futebol chinês começa pouco a pouco a reduzir-se, vítima da crise global que se vive. As 16 equipas do escalão principal de futebol chinês viram-se obrigadas a fazer cortes nos ordenados de jogadores e treinadores, e alguns já abandonaram esse campeonato.

Os últimos cinco anos viram vários clubes chineses oferecer estonteantes valores para trazer os melhores jogadores do mundo para as suas ligas. Recorde-se, por exemplo, que os brasileiros Alex Teixeira e Ramires chegaram ao Jiangsu Sunning por, respetivamente, 50 e 28 milhões de euros, bem como o técnico Fabio Capello. Da mesma forma, Jackson Martinez, antigo FC Porto, assinou pelo Guangzhou Evergrande por 42 milhões de euros, em 2016 e, Hulk, também um ex-FC Porto, chegou ao Shanghai Port por cerca de 50 milhões de euros, equipa que acabou por deixar em 2021, fruto da instabilidade na liga.

A notícia dos cortes salariais surge pouco tempo depois de o Jiangsu Sunning, campeão em título desta competição, ter anunciado que vai cessar toda a atividade, devido às dificuldades financeiras. Os efeitos desta crise poderão atingir o continente Europeu, já que a equipa é propriedade do mesmo grupo que possui o Inter de Milão, o que poderá significar problemas para os transalpinos.

O clube garante que continua à procura de soluções e interesses de vários elementos para manter o clube vivo, mas a decisão mantém-se em fechar as portas. O Jiangsu venceu o seu primeiro título no futebol chinês há apenas três meses, e agora vê um futuro negro, apesar dos investimentos milionários que fez em jogadores e treinadores estrangeiros.