UE. Quase metade da população ativa em teletrabalho

A Bélgica é o país onde a percentagem de teletrabalhadores é mais elevada (superior a 50%), seguindo-se Irlanda, Itália, Espanha e França, com níveis acima dos 40%. Portugal surge com quase 40%.

A pandemia fez com que quase metade da população ativa da União Europeia estivesse em teletrabalho, total ou parcial, em julho, contra cerca de 10% antes da crise pandémica, segundo o Eurofound.

A Bélgica é o país onde a percentagem de teletrabalhadores é mais elevada (superior a 50%), seguindo-se Irlanda, Itália, Espanha e França, com níveis acima dos 40%. Portugal surge com quase 40%.

Com taxas inferiores à da média europeia estão países como a Grécia, Finlândia ou Alemanha, com percentagens ligeiramente superiores a 20%, enquanto na Croácia, Polónia, Eslováquia, Bulgária e Hungria apenas cerca de um quinto dos trabalhadores estava em casa.

Os dados do Eurofound mostram ainda que do total de inquiridos que estavam a trabalhar em casa, a maioria (74%) tinha qualificação superior.

Por atividade, o setor dos serviços foi o que registou maior incidência de teletrabalhadores, enquanto os setores com menores níveis foram os da 'linha da frente', como a saúde, transportes e agricultura bem como os afetados diretamente pelas restrições, como é o caso do comércio e alojamento.

Daqueles que trabalharam em casa durante a crise pandémica, mais de metade (54%) já o tinha feito anteriormente, enquanto 46% eram novos teletrabalhadores.

Uma das questões em discussão sobre o teletrabalho é a falta de limites que pode existir entre o trabalho e a vida não profissional e, de acordo com a pesquisa, um quinto dos teletrabalhadores (24%) relataram trabalhar durante o seu tempo livre, enquanto apenas 6% dos que trabalhavam nas instalações da empresa ou locais fora de casa o admitiram.

No entanto, a maioria dos teletrabalhadores disse que deseja continuar a trabalhar a partir de casa após a crise pandémica, pelo menos às vezes.

"Parece muito provável que a experiência de trabalhar em casa durante a crise covid-19 levará a um crescimento do teletrabalho quando a crise diminuir", conclui o Eurofound, indicando que 78% dos trabalhadores inquiridos em julho manifestaram preferência por trabalhar em casa, pelo menos ocasionalmente, mesmo se não houvesse a pandemia e as restrições impostas pelos governos.