Plano de desconfinamento “não interessa aos restaurantes”, diz Pro.var

Associação Nacional de Restaurantes diz que “situação apresentada apenas serve para remediar e injetar alguma liquidez nas empresas”.

A Associação Nacional de Restaurantes, a Pro.var, diz esta sexta-feira lamentar que o Governo “não tenha ido mais longo” com o plano de desconfinamento. A associação lembra ainda que tem defendido que este plano teria de ser realizado “em modo pleno e não aos soluços”.

Para a Pro.var é claro que “a situação apresentada apenas serve para remediar e injetar alguma liquidez nas empresas, mas é bom que se diga que a operação continuará muito deficitária”.

“O grande risco deste desconfinamento é que o patamar que permite trabalhar em forma plena é atribuído a um nível considerado muito exigente e facilmente alcançável, colocando o setor da restauração em permanente sobressalto, pois iremos assistir a uma “abre e fecha” de 15 em 15 dias”, atira o presidente da associação, Daniel Serra.

Em comunicado, a associação lembra ainda ter apresentado ao Governo um conjunto de propostas “que pretendem reforçar a segurança nos estabelecimentos da restauração e outros”.

A Pro.var denuncia ainda que “muitos setores não cumprem um décimo das regras dos restaurantes e que por falta delas acabam por contribuir de forma disfarçada para o elevado aumento dos casos, referimo-nos aos setores dos transportes, escolas e supermercados, que incompreensivelmente têm sido poupados a exigências básicas que tem muitas vezes a ver com a obrigatoriedade de desinfeção das mãos à entrada dos espaços”.

A associação sugere a introdução de uma certificação que permita que os estabelecimentos possam laborar em níveis mais exigentes, sugerindo novas adaptações.

A colocação de uma ficha técnica à entrada dos estabelecimentos, com a informação da lotação e regras covid e testagem rápida, obrigatória e semanal a todos os colaboradores são algumas das soluções indicadas pela Pro.var.

Mas há mais: “Que o Adaptar 2.0 considere verbas para a melhoria do ar no interior dos estabelecimentos, de modo a permitir uma renovação ascendente do ar, seja por métodos naturais ou forçados”, bem como colocar todos os trabalhadores do setor do turismo como prioridade no terceiro plano de vacinação.

“A Pro.var considera ainda que o Governo terá que alinhar os apoios financeiros de acordo com o evoluir da situação, mas relembra que existe ainda muito a fazer no concerne ao período passado, com especial enfoque para os que ficaram de fora dos apoios”, lê-se na nota.