Países Baixos e Irlanda suspendem temporariamente vacinação com fármaco da AstraZeneca

Medida surge “como precaução” após terem sido registados novos problemas de coagulação na Noruega e na Dinamarca. Na sequência, a Universidade de Oxford, que participou no desenvolvimento do fármaco, veio reiterar que a vacina é segura. 

Países Baixos e Irlanda suspendem temporariamente vacinação com fármaco da AstraZeneca

Os Países Baixos e a Irlanda suspenderam temporariamente a administração da vacina contra a covid-19 da farmacêutica AstraZeneca, após terem surgido problemas de coagulação em pessoas vacinadas na Noruega e na Dinamarca. Esta segunda-feira, um responsável da Universidade de Oxford – que participou no desenvolvimento da fármaco – veio reterar a segurança da vacina.

Na Irlanda, cerca de 30 mil pessoas não serão imunizadas esta semana com a vacina da AstraZeneca como "medida de precaução". O ministro da Saúde, Spethen Donnelly, espera receber um "relatório positivo" da Agência Europeia do Medicamento (EMA) sobre a segurança do medicamento, para o poder incluir novamente no plano de vacinação do país. 

Em declaração ao canal RTE, o ministro garantiu que as pessoas que deveriam ser administradas com esta vacina receberão "uma nova data" para serem vacinadas e que esta suspensão "não terá qualquer impacto" no calendário previsto.

Nos Países Baixos, a vacinação fica suspensa até dia 28 de março, sendo uma medida que também surge "como precaução" após o registo de "possíveis efeitos secundários".

"Com base em novas informações, a Autoridade holandesa do medicamento aconselhou, como medida de precaução e enquanto se aguarda investigação adicional, a suspensão da administração da vacina da AstraZeneca", lê-se num comunicado do governo holandês, citado pela AFP.

Segundo o ministro da Saúde, Hugo de Jonge, citado no comunicado, "não deve haver dúvidas sobre as vacinas". Apesar de não haver registo de efeitos secundários no país, o governo holandês aconselha todos os cidadãos administrados com a vacina a contactarem as autoridades sanitárias caso apresentem sintomas "inesperados e/ou desconhecidos" três dias após a vacinação.

Andrew Pollard, responsável da Universidade de Oxford garantiu, esta segunda-feira, em declarações à estação britânica BBC, que a vacina da AstraZeneca é segura.

Há "evidências muito tranquilizadoras de que não há aumento no fenómeno do coágulo sanguíneo aqui no Reino Unido, onde a maioria das doses na Europa foram administradas até agora", afirmou.

A Irlanda e os Países Baixos juntam-se assim à lista de mais de uma dezena de Estados que suspenderam temporariamente a vacinação com o fármaco ou de dois lotes específicos (o ABV3500 e o ABV2856).

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