Espanha e Itália suspendem vacinação com fármaco da AstraZeneca

São já 17 os países que decidiram interromper a vacinação com o fármaco da AstraZeneca. OMS e EMA garantem que a vacina é segura e que estão a realizar “análises rigorosas” aos efeitos secundários registados.

Espanha e Itália suspendem vacinação com fármaco da AstraZeneca

Depois de a Alemanha, França, Irlanda e Países Baixos terem suspendido, esta segunda-feira, a administração da vacina contra a covid-19 da farmacêutica AstraZeneca, também Espanha e Itália tomaram tal decisão.

Segundo avança a imprensa espanhola, a decisão terá sido anunciada pela ministra da Saúde regional, Carolina Darias, aos representantes das comunidades autónomas. A suspensão será durante um período de 15 dias e ainda esta tarde haverá uma conferência de imprensa para esclarecer todos os pormenores.

Em Itália, a administração de um lote específico do fármaco já tinha sido suspensa na semana passada, após um professor e um polícia inoculados terem morrido. Esta segunda-feira, toda a administração fica suspensa por "precaução", anunciou a Agência Italiana de Medicamentos, até que sejam esclarecidos os riscos desta vacina.

No domingo, as autoridades da região de Piedmonte, afirmaram estar a investigar a morte de uma mulher de 57 anos, também vacinada com uma dose da AstraZeneca.

São já 17 os países que decidiram interromper a vacinação com o fármaco da AstraZeneca após terem surgido problemas de coagulação e tromboses. São eles: Espanha, Itália, França, Alemanha, Holanda, Irlanda, Bulgária, Roménia, Áustria, Estónia, Lituânia, Luxemburgo, Letónia, Itália, Noruega, Islândia e Dinamarca.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou, esta segunda-feira, que está a "rever os dados disponíveis" sobre os casos de coágulos sanguíneos e também de "outros efeitos".

"Mais países suspenderam o uso da vacina da AstraZeneca. Estamos a rever os dados disponíveis com vários organismos, como a Agência Europeia do Medicamento (EMA)", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Em conferência de imprensa, Mariângela Simão, responsável pela área de Acesso a Medicamentos, Vacinas e Produtos Farmacêuticos da OMS, afirmou que irá ser feita "uma investigação mais a fundo".

"Amanhã vão reunir-se os especialistas da segurança de vacinas para analisarem os dados disponíveis e realizarem uma investigação mais a fundo, embora não pareça haver mais casos de tromboses”, garantiu.

Também esta segunda-feira a EMA afirmou que "os benefícios" da vacina da AstraZeneca "superam os riscos de efeitos secundários" e admitiu que está a realizar "uma análise rigorosa" aos casos de problemas de coagulação em pessoas vacinadas.

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