Moderna começou a testar a sua vacina contra a covid-19 em bebés e crianças

Até à data, nenhum laboratório tinha testado um grupo etário tão jovem.

Moderna começou a testar a sua vacina contra a covid-19 em bebés e crianças

A empresa norte-americana Moderna começou a testar a sua vacina em 6.750 crianças e bebés, com idades compreendidas entre os seis meses e os 11 anos de idade. As crianças serão seguidas durante um ano após a segunda toma da vacina.

Até à data, nenhum laboratório tinha testado um grupo etário tão jovem.

Atualmente, a vacina contra o novo coronavírus da Pfizer é autorizada para pessoas no mínimo com 16 anos e as da Modernas e Johnson & Johnson's para pessoas a partir dos 18 anos.

O número de crianças a ser analisadas é menor do que noutros ensaios clínicos em adultos, porque o objetivo é determinar qual a melhor dosagem para as crianças, explicam os especialistas, acrescentando que o mecanismo da própria vacina e a sua segurança já foram estudados.

De acordo com o imunologista, Anthony Fauci, as crianças norte-americanas com menos de 12 anos "muito provavelmente" poderão ser vacinadas no início de 2022.

A presidente da Academia Norte-Americana de Pediatria, Lee Savio Beers, disse que a vacinação de crianças deve ser de “alta prioridade”.

"Crianças com menos de 10 anos transmitem menos o vírus, mas isso não significa que não o transmitam de todo", inclusive a pessoas em risco, afirmou.

“Mesmo que seja menos provável que fiquem gravemente doentes, também podem ficar gravemente doentes", por vezes durante vários meses, explicou, lembrando que foram registadas várias centenas de mortes de crianças.

Para além disso, as crianças também são "desproporcionadamente afetadas" pelas consequências da alteração da vida devido à pandemia, como o encerramento de escolas.

Nos Estados Unidos, cerca de um quinto da população tem menos de 18 anos. E a proporção pode ser mais elevada noutros países do mundo. Por isso, para travar esta pandemia, deve-se ter em conta a inclusão dos grupos mais jovens para conseguirmos alcançar a tão desejada imunidade de grupo.

Ainda não existem dados factuais que digam qual percentagem da população que precisa de estar vacinada para alcançar a imunidade de grupo. Segundo Fauci, será preciso “talvez 70% ou 85%”.