Lisboa. Ventura e o candidato que não se deixa “amordaçar”

Nuno Graciano estreia-se na política com candidatura a Lisboa e quer dar “um abanão” à cidade.

André Ventura apresentou nesta terça-feira o candidato do Chega à Câmara de Lisboa com a garantia de que é “a prova de que o politicamente correto nunca amordaçará” o seu partido. O candidato é o apresentador de televisão Nuno Graciano, que se estreia na vida política.

“Nuno Graciano vai sempre lutar por mais, mesmo quando muitos o tentam amordaçar. Não podíamos ter um candidato que não fosse essa expressão”, disse o líder e deputado do Chega, garantindo que o partido premeia “o mérito, o trabalho e os que nunca desistem”.

Nuno Graciano defendeu que Lisboa “tem vários problemas muito graves” e precisa de “um abanão”.

O apresentador de televisão garantiu que vai fazer uma campanha de proximidade. “A política autárquica é uma política de proximidade. Eu quero conhecer e vou conhecer a dona Joaquina, o tio Manel, o jovem Jorge. Quero conhecer toda a gente. Vou calcorrear a cidade toda”, disse, no lançamento da candidatura, junto ao Padrão dos Descobrimentos, o candidato do Chega à Câmara de Lisboa.

Pena de morte Nuno Graciano não tem experiência política, mas é conhecido por defender propostas próximas do Chega, como a pena de morte.

Numa entrevista ao Diário de Notícias, em 2018, o apresentador defendeu: “Os filhos que maltratam os pais, no mínimo, prisão perpétua. Os pais que sodomizam os filhos, no mínimo, pena de morte. Sou radical nestas situações. Não há o direito de violar uma criança porque isto marca pelo menos três gerações”.

Nuno Graciano já conhece os seus adversários do PS (Fernando Medina), do PSD e CDS, PPM, MPT e Aliança (Carlos Moedas) e do BE (Beatriz Gomes Dias), faltando ainda saber quem serão os candidatos do PCP, do PAN e da IL.

Comissão ‘chumba’ proposta do Chega A Comissão de Assuntos Constitucionais chumbou, entretanto, a possibilidade de o projeto de lei do Chega que retira a nacionalidade portuguesa a pessoas que se naturalizaram caso sejam condenadas a penas superiores a cinco anos pudesse ser votada em Plenário. “O projeto de lei não reúne os requisitos de admissibilidade”, de acordo com o parecer feito a pedido do presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues.

O diploma apresentado por André Ventura pretendia impor a perda da nacionalidade portuguesa a quem a seja definitivamente condenado a “penas efetivas superiores a cinco anos”.

Ferro Rodrigues, à semelhança do que já aconteceu com outros projetos apresentados pelo Chega, decidiu sujeitar a sua aceitação a um parecer prévio da Comissão de Assuntos Constitucionais, no início deste mês de março. E a comissão deu-lhe razão, impedindo assim que o projeto suba ao hemiciclo.