Norte, Alentejo e Algarve com mais casos de covid-19

Número de testes tem estado a aumentar. RT converge para 1.

Nos últimos sete dias já não se registou uma descida de novos casos de covid-19 em todas as regiões do país, com um balanço de novos diagnósticos superior ao da semana anterior na região Norte, Alentejo e Algarve. Os dados nos boletins da DGS mostram que nos últimos sete dias foram reportados a nível nacional 3273 novos casos de covid-19, menos 21% do que na semana anterior. Na região Centro e em Lisboa houve uma descida de 25%: na região Centro foram diagnosticados 442 casos de covid-19 quando nos sete dias anteriores tinham sido 590. Na região de Lisboa e Vale do Tejo, que atingiu níveis de incidência mais elevados no início do ano, manteve-se também a trajetória de descida: foram diagnosticados 1277 casos quando na semana anterior tinham sido 1704. No Norte há agora uma inversão: foram diagnosticados 982 casos, quando na semana anterior tinham sido 925 (+6%). No Alentejo foram diagnosticados 144 casos quando tinham sido 25 na semana anterior e no Algarve 105 contra 81 na semana anterior, subidas de 15% e 29,6% respetivamente.

Mais testes A semana foi marcada pelo aumento do número de testes, influenciado pela subida dos testes rápidos que agora já têm também regulamentação para serem usados sem prescrição e supervisão de profissionais de saúde, o que com incidências baixas pode explicar parte da subida de diagnósticos, bem como surtos. Na semana passada foi batido o recorde testes rápidos no país: no dia 18 foram feitos mais de 27 mil quando até aqui eram feitos menos de 10 mil testes rápidos por dia.

A incidência de novos casos a 14 dias a nível nacional mantém-se a descer: situa-se agora nos 72 casos por 100 mil habitantes, números que são ainda influenciados por centenas de casos do mês de janeiro na Madeira incluídos nos boletins da DGS nas últimas duas semanas. Sem contabilizar as regiões autónomas, a incidência de novos casos no continente situa-se nos 65 casos por 100 mil habitantes, o nível mais baixo desde o final do verão.

Reunião no Infarmed Ouvidos pelo Nascer do SOL, especialistas admitem que esta semana a expectativa é começar perceber o impacto do início do desconfinamento e abertura das escolas. Esta terça-feira terá lugar uma nova reunião no Infarmed, numa altura em que Portugal surge em contraciclo com a maioria dos países europeus. A incidência de novos casos a 14 dias por 100 mil habitantes é mais baixa da UE e a taxa de positividade está abaixo de 2%.

O RT tem estado a subir e segundo o último cálculo disponibilizado pelo Instituto Ricardo Jorge, referente ao período entre 10 e 14 de março, era então de 0,86 a nível nacional. Já segundo as estimativas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, o RT situava-se na semana passada em 0,95 e deverá atingir o nível de 1,0, quando deixa de haver uma tendência de descida de casos a nível nacional e passa a verificar-se uma estabilização da epidemia, por volta de dia 24, portanto esta semana. A partir desse momento, a incógnita é perceber se também por via da testagem e inquéritos epidemiológicos céleres se consegue, com maior transmissão, manter a epidemia controlada ou se começa a haver de novo mais contágios e uma subida exponencial de infeções.

Nos hospitais, a descida do número de doentes internados com covid-19 manteve-se ao longo da semana. Este sábado estavam internados 765 doentes com covid-19, menos 211 do que há uma semana. No pico de hospitalizações chegaram a ser quase 7 mil, 904 em UCI – são agora 170. Já abaixo das linhas vermelhas traçadas pelos intensivistas, são ainda quase tantos como os doentes com gripe que costumam precisar de cuidados intensivos durante o inverno. Na época gripal de 2018/2019, um ano antes da pandemia, passaram por UCI 194 doentes com gripe.