Alfredo Casimiro reage e diz que “não está vendedor” da Groundforce

Empresário afirma que “não mandatou TAP ou Estado” para negociarem ações da Pasogal e recorda que venda tem de passar por ele. Aviapartner e Paulo Nuno Leite estão interessados na empresa.

Alfredo Casimiro afirma que “não está vendedor da sua participação na Groundforce e continua empenhado em contribuir para uma solução de médio-longo prazo que garanta a viabilidade da empresa e a preservação dos postos de trabalho”. Numa nota à imprensa, o acionista maioritário da Groundforce – que detém 50,1% da empresa de handling através da Pasogal (a TAP é dona dos restantes 49,9%) – reage assim às notícias dos últimos dias que dão conta que o Governo tem na sua posse uma lista com nomes de vários interessados nesta posição e tem trabalhado com vista a selecionar um novo parceiro privado. A TAP confirmou ao i na semana passada a existência destas negociações a envolver privados, sem contudo os identificar. 

Aviapartner na ‘pole positon’? Ao que o i apurou, os belgas da Aviapartner serão uma das empresas bem posicionadas. Também o diretor executivo da Groundforce, Paulo Nuno Leite, um dos braços direitos de Alfredo Casimiro nos últimos anos, é um dos nomes interessados em controlar a empresa de gestão de bagagens, colocando a possibilidade de avançar para um management buyout (MBO) – uma operação de compra, onde o quadro diretor adquire o capital da empresa e assume a sua gestão – que poderá até contar com a participação dos trabalhadores (que passariam a ter uma posição acionista como, aliás, acontece na TAP). 

Embora se assuma como uma solução de futuro, Alfredo Casimiro adianta que esta posição “não significa que não esteja disponível para ouvir propostas, sejam elas de venda ou de parceria estratégica futura”. Porém, o dono da Pasogal diz que “desconhece totalmente a existência de negociações envolvendo players do setor interessados em adquirir a posição da Pasogal na Groundforce”. O empresário sublinha que “não mandatou a TAP ou o Estado português para o representarem em qualquer negociação” e recorda que a Pasogal “detém 50,1% da Groundforce, o que significa que todas as conversas relativas à possível venda das mesmas deverão ocorrer em sede própria e envolvendo o seu presidente”.

Entretanto, tal como o i adiantou na edição de segunda-feira, os 2400 trabalhadores da Groundforce já receberam os ordenados de fevereiro em atraso.