Líder da máfia calabresa detido em Lisboa enquanto recebia tratamento para o novo coronavírus

Segundo o jornal italiano Corriere della Sera, “Ciccio Pakistan” era considerado um dos 30 fugitivos italianos mais perigosos e estava desde 2007 fugido das autoridades policiais de Itália e internacionais.

O líder do 'Nadrangheta’, máfia da região italiana de Calábria, Francesco Pelle, conhecido pela alcunha “Ciccio Pakistan”, foi detido, na segunda-feira, em Lisboa, onde estava internado após ter ficado infetado com covid-19.

Segundo o jornal italiano Corriere della Sera, "Ciccio Pakistan" era considerado um dos 30 fugitivos italianos mais perigosos e estava desde 2007 fugido das autoridades policiais de Itália e internacionais.

Na manhã de segunda-feira, o considerado dirigente da máfia calabresa, de 43 anos, foi detido numa unidade hospitalar de Lisboa, na qual estava a receber tratamento para o novo coronavírus.

O líder do 'Nadrangheta' deverá iniciar agora uma sentença de prisão perpétua, indicou o jornal italiano.

A família Pelle, em conjunto com a Vottari, protagonizou um massacre contra a máfia Nirta-Strangio, que matou dezenas de pessoas, incluindo Maria Strangio, mulher de Giovanni Luca Nirta.

A emboscada aconteceu no Natal de 2005 e provocou, por consequência, uma vingança da Nirta-Strangio, alegada autora de um massacre em Duisburgo, na Alemanha, que matou sete pessoas, em 2007.

Francesco Pelle também foi alvo de uma emboscada a poucos dias antes do Natal. O alegado líder da máfia italiana foi baleado na coluna, enquanto estava sentado no terraço da sua casa.

Pelle ficou preso a uma cadeira de rodas, porém continuou a planear a vingança devido à tentativa de homicídio. "Ciccio Pakistan" terá acusado o crime à família com a qual tinha a rivalidade e terá orquestrado o massacre em 2005, que acabou por matar a mulher de Giovanni Luca Nirta.

De acordo com o Corriere della Sera, foi possível deter Francesco Pelle com os esforços conjuntos da Unidade Nacional Contraterrorismo e da Arma dos Carabineiros, conhecidos pelo povo de Calábria por "Carabinieri”.

A publicação italiana afirmou também que está a decorrer em simultâneo uma operação, com a participação da Interpol, para encontrar os alegados cúmplices de Pelle.