Depois dos tiroteios, mulher asiática foi violentamente agredida em Nova Iorque

De acordo com a polícia norte-americana, o agressor proclamou insultos raciais anti-asiáticos. Neste momento, imagens do suspeito foram divulgadas, enquanto as autoridades policiais já estão à sua procura.

Os ataques aos asiático-americanos continuam a crescer nos Estados Unidos. Uma mulher asiática foi hospitalizada após ser violentamente agredida no centro de Nova Iorque, perto de Times Square, esta segunda-feira.

As imagens de videovigilância mostram a mulher de 65 anos a ser pontapeada no abdómen e a cair ao chão. Mesmo com a queda, o atacante continua a agredi-la ao pisar a cara da mulher.

De acordo com a polícia norte-americana, o agressor proclamou insultos raciais anti-asiáticos. Neste momento, imagens do suspeito foram divulgadas, enquanto as autoridades policiais já estão à sua procura.

Também alvo de condenação foram duas pessoas, aparentemente seguranças, que não socorreram a vítima, mesmo estando a uma curta distância do acontecimento.

O presidente do município de Nova Iorque, Bill de Blasio, afirmou ser "absolutamente inaceitável" que ninguém tenha ajudado a vítima.

A mulher de 65 anos está no hospital e encontra-se estável.

Desde o início de 2021, a polícia de Nova Iorque já contabilizou 33 crimes de ódio racial contra asiático-americanos, o que corresponde a um triplo do valor registado no mesmo período do ano passado.

Ainda na passada sexta-feira, na mesma zona do mais recente ataque, uma mulher asiática foi perseguida e ameaçada. No dia seguinte, um homem de 48 anos foi detido por este crime.

De acordo com a ONG Stop AAPI Hate, entre março de 2020 e final de fevereiro de 2021 foram registados 3795 incidentes de ódio racial contra esta comunidade nos Estados Unidos.

Durante a pandemia, os ataques aumentaram exponencialmente, sobretudo a mulheres, o que, segundo alguns especialistas, leva a querer que a razão está no discurso anti-China nas redes sociais e também promovido pelo ex-presidente Donald Trump, que se referiu sempre à covid-19 como o “vírus da China”.

Joe Biden deslocou-se a Atlanta este mês devido aos tiroteios em salões de massagens no estado da Geórgia, que provocaram a morte de oito asiático-americanos e disse, sem mencionar Trump, que "sempre se soube que as palavras tinham consequências".

A vice-presidente, Kamala Harris, também criticou no mesmo momento e lamentou que as "pessoas de grande poder" tenham no último ano "feito dos asiático-americanos bodes expiatórios", disseminando "o ódio usando os mais altos púlpitos".

Após os ataques aos salões de massagens, milhares de norte-americanos manifestaram-se em diversas cidades do país contra o racismo dirigido a asiáticos.