Empresa que desperdiçou 15 milhões de vacinas da Johnson & Johnson tem historial de problemas

Desde 2017, os registos da agência de Alimentação e Saúde (FDA) dos Estados Unidos, aos quais a AP teve acesso, mostram que a companhia já foi notificada várias vezes devido a problemas como frascos rachados, trabalhadores pouco qualificados e problemas de bolor. 

A empresa que conduziu a Johnson & Johnson (J&J) a descartar 15 milhões de doses das suas vacinas para a covid-19 tem um historial de notificações por parte das autoridades de saúde dos Estados Unidos, indicou a Associated Press (AP).

Segundo a agência norte-americana, a Emergent BioSolutions, que está a ser a raíz dos problemas de qualidade que levaram à dispensa das vacinas, era essencial para a cadeira de distribuição da J&J, que pretendia entregar 100 milhões de doses da Janssen até ao final de maio.

Contudo, desde 2017, os registos da agência de Alimentação e Saúde (FDA) dos Estados Unidos, aos quais a AP teve acesso, mostram que a companhia já foi notificada várias vezes devido a problemas como frascos rachados, trabalhadores pouco qualificados, problemas de bolor, entre outros tipos de contaminações em torno de uma das suas instalações.

Recorde-se que, nesta quinta-feira, um lote de vacinas da farmacêutica Johnson & Johnson feito pela Emergent BioSolutions na sua fábrica em Baltimore, no estado de Maryland, foi desperdiçado por não ter usado os padrões de qualidade adequados.

Ainda não há certezas sobre se este problema afetará as futuras distribuições da J&J. A empresa já afirmou em comunicado que ainda pretende entregar 100 milhões de doses até ao final de junho, adiando a data original um mês.

A assessora de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou, esta sexta-feira, que não existe nenhuma dose mal produzida no mercado e que a empresa deverá entregar 24 milhões de doses neste mês.

A J&J assinou uma parceria com a Emergent BioSolutions em abril do ano passado, a empresa menos conhecida para fabricar a vacina com dinheiro dos impostos dos norte-americanos.

Até ao momento, a fábrica de Baltimore não estava indicada para produzir milhões de doses de uma potencial vacina para o novo coronavírus, segundo os registos da FDA, que comparam as instalações com um laboratório de testes que "não fabricava produtos para distribuição".

O principal investigador da agência norte-americana referiu que a empresa falhava em dar formação aos empregados "nas operações específicas que realizam como parte da sua função e normas correntes de bom fabrico".

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