Cientistas detetam variante “mais transmissível” do SARS-CoV-2 em Angola

A nova variante “não foi ainda reportada em nenhum outro país”.

Cientistas sul-africanos descobriram uma variante "mais transmissível" do SARS-CoV-2 na primeira sequenciação genómica realizada com amostras recolhidas em Angola. A variante foi descoberta no mês passado em três cidadãos da Tanzânia, em Angola. 

"Quando comparada com outras variantes de preocupação (VOC, na sigla em inglês) e variantes de interesse (VOI), está é mais divergente", afirmou o professor Túlio de Oliveira, que lidera a equipa de cientistas sul-africanos da Universidade do KwaZulu-Natal, especialistas em inovação e sequenciamento genómico, que realizou o estudo. A descoberta é "um novo VOI dada a constelação de mutações com significado biológico conhecido ou suspeito, especificamente resistência a anticorpos neutralizantes e transmissibilidade potencialmente aumentada".

"Embora tenhamos detetado apenas três casos com esta variante, isto justifica uma investigação urgente, pois o país de origem, a Tanzânia, tem uma epidemia em grande parte não documentada e poucas medidas de saúde pública em vigor para prevenir a propagação dentro e fora do país", afirmou Túlio de Oliveira ao semanário sul-africano Sunday Tribune.

A nova variante "não foi ainda reportada em nenhum outro país".