Concurso para novo terminal do porto de Sines “sem propostas”

De acordo com o presidente da administração portuária, José Luís Cacho, a pandemia “tem vindo a ter repercussões adversas na economia” e criou “um contexto desfavorável para um concurso desta natureza”.

O concurso público internacional para a construção e concessão do novo terminal de contentores do porto de Sines – o Terminal Vasco da Gama – terminou na terça-feira “sem propostas”, revelou esta quarta-feira o presidente da administração portuária.

Em declarações à Lusa, José Luís Cacho disse que o resultado do concurso internacional “não foi favorável” e que terminou “sem qualquer proposta” de investimento. “Não nos podemos esquecer que este é um investimento totalmente privado, que necessita de um contexto económico estável e favorável para poder avançar”, disse.

Segundo o responsável, a pandemia “tem vindo a ter repercussões adversas na economia” e criou “um contexto desfavorável para um concurso desta natureza”.

O concurso público para o Terminal Vasco da Gama, num investimento privado de cerca de 642 milhões de euros, foi lançado em outubro de 2019. O prazo final para entrega de propostas esteva inicialmente agendado para 13 de junho de 2020, mas a data foi prolongada para abril de 2021, devido ao contexto de instabilidade provocado pela covid-19.

De acordo com José Luís Cacho, a administração dos portos de Sines e do Algarve (APS) está a analisar agora, em conjunto com o Governo, “aspetos que possam ser melhorados”. O administrador admitiu que é necessário tornar o concurso internacional “um pouco mais atrativo” para que, assim que estejam reunidas “as condições de mercado”, seja possível “abrir novamente” o processo “para que o terminal seja um sucesso”.

Apesar deste impasse não está em causa o futuro do porto de Sines, cujo crescimento “está assegurado para os próximos anos” nos outros terminais e com “a duplicação do movimento das cargas contentorizadas”, garante.

“Neste contexto em que o período de exploração deste terminal é grande, um ou dois anos é uma coisa quase irrelevante” assegurou José Luís Cacho, acrescentando que, “logo que estejam reunidas as condições”, será anunciada nova data para abertura de um novo concurso.