Cientistas brasileiros identificam possível nova variante do SARS-CoV-2

Entre as mutações encontradas nessa nova estirpe estão algumas compartilhadas com as variantes brasileiras P1 e P2, com a sul-africana B.1.1.351 e com a britânica B.1.1.7.. O país registou, esta quarta-feira, mais 92.625 casos de covid-19 – o segundo número mais elevado desde o início da pandemia.

Cientistas brasileiros identificam possível nova variante do SARS-CoV-2

Cientistas de Belo Horizonte, no Brasil, detetaram a combinação de 18 mutações do vírus SARS-CoV-2 nunca antes descritas, anunciou, esta quarta-feira, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Poderá tratar-se de uma nova variante do vírus.

"A equipa sequenciou 85 genomas de SARS-CoV-2 de amostras clínicas recolhidas da região metropolitana de Belo Horizonte e identificou dois novos genomas com uma coletânea de mutações ainda não descrita, caracterizando uma possível nova variante de SARS-CoV-2”, indicou a UFMG num comunicado enviado à agência Lusa.

Os genomas "estão em amostras recolhidas nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2021 e não existem evidências de ligação epidemiológica entre ambas, como parentesco ou região residencial, o que reforça a plausibilidade de circulação dessa nova possível variante".  Entre as mutações encontradas nessa nova estirpe estão algumas compartilhadas com as variantes brasileiras P1 e P2, com a sul-africana B.1.1.351 e com a britânica B.1.1.7..

"Vale salientar que a mutação N501Y, presente nas linhagens P.1 e B.1.1.7, foi recentemente associada ao aumento de aproximadamente 60% no risco de mortalidade em indivíduos infetados no Reino Unido", lê-se.

Como tal, os cientistas investigam se esta nova variante tem uma maior transmissibilidade ou se causa sintomas mais graves e pedem "urgência de esforços de vigilância genómica na região metropolitana de Belo Horizonte e estado de Minas Gerais para a avaliação da situação dessas novas variantes de SARS-CoV-2".

O país registou, esta quarta-feira, mais 92.625 casos de covid-19 – o segundo número mais elevado desde o início da pandemia. Morreram ainda mais 3.829 pessoas, depois se ontem se ter registado o valor máximo de óbitos em apenas 24 horas (4.195).

Desde o início da pandemia, as autoridades brasileiras já deram conta de 13.193.205 casos de contágio e 340.776 pessoas morreram devido a complicações associadas à doença. É o segundo país do mundo mais afetado pela pandemia, depois dos Estados Unidos da América.

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