Media “continuam a servir bem as democracias contemporâneas”

Estudo destaca que nenhum dos países estudados assumiu uma “efetiva paridade de género” no jornalismo.

Os meios de comunicação não perderam a sua importância para os cidadãos e a procura por notícias continua elevada. Esta é uma das conclusões de uma análise levada a cabo pelo “Media for Democracy Monitor (MDM) 2021”.

“Os principais media continuam a servir bem as democracias contemporâneas”, indicou o MDM, adiantando que os meios de comunicação lidaram “razoavelmente” com o digital e encontraram forma de manter um “bom nível” de desempenho, apesar dos desafios económicos, políticos e tecnológicos.

Por outro lado, importa referir que entre os três indicadores do projeto com maior pontuação está o que se refere à auto-perceção dos jornalistas como vigilantes dos poderes (watchdog, em português, cão de guarda).

Também é de mencionar que os jornalistas “identificam-se muito” com a sua missão de repórteres de investigação, função destacada na maioria dos estatutos editoriais, embora existam algumas limitações em termos de recursos.

Neste sentido, também foi evidenciado que nenhum dos 18 países envolvidos no projeto reconheceu a existência de uma “efetiva paridade de género” e dois países afirmaram que esta, bem como as regras básicas da não discriminação, “não são minimamente respeitadas”. Consequentemente, a Suécia é o único país participante que pode ser considerado, neste âmbito, “um modelo a seguir pelos demais”

O projeto foi desenvolvido por especialistas em comunicação de 18 países e coordenado pela Universidade de Salzburgo.

Os investigadores discutiram os indicadores e atribuíram pontos a cada um, dando origem a quatro clusters de escalões. Assim, é relevante mencionar que Portugal encontra-se no terceiro escalão, obtendo 60% do máximo de pontos possível.