Israel. “É estranho estar sem máscara depois de tanto tempo”

Face aos bons resultados da campanha de vacinação em massa de Israel, o Governo levantou a lei que obrigava a utilização de máscara na rua.

Enquanto vários países se debatem com planos de confinamento para evitar novos surtos de covid-19 ou com complexas negociações para garantir doses de vacinas suficientes de forma a imunizar a sua população, alguns países parecem viver em pequenos oásis, como é o caso de Israel, onde o Governo acabou de levantar a obrigatoriedade de utilizar máscara na rua.

Esta medida, que entrou em vigor no domingo, faz parte do levantamento progressivo de restrições e é um autêntico contraste da situação que Israel vivia no ano passado. Na primavera de 2020, Israel, preocupado com uma mortífera vaga de casos de infeção, tornou-se um dos primeiros países a impor o uso de máscara sanitária em locais públicos. No entanto, nos últimos meses, graças a uma bem-sucedida campanha de vacinação em massa, que permitiu que as duas doses necessárias da vacina Pfizer/BioNTech fossem administradas a mais da metade (53%) dos seus 9,3 milhões de habitantes, estabilizou a pandemia neste país.

Apesar dos alívios nas restrições, o país continua a tomar precauções, a entrada de estrangeiros continua a ser limitada e todos os israelitas não-imunizados que regressem ao país devem fazer uma quarentena, devido a receios que variantes da covid-19 possam complicar o processo de vacinação, e a máscara continua a ser de utilização obrigatória em locais públicos fechados, como, por exemplo, em centros comerciais, mas estes cuidados parecem ter sido bem recebidos pela população.

“É estranho estar sem máscara depois de tanto tempo”, disse Amitai Hallgarten, uma cidadã de 19 anos, à Reuters. “Mas se for preciso utilizar máscara em espaços fechados para acabar com a pandemia, farei tudo o que estiver ao meu alcance”.

O fim da obrigatoriedade de utilizar máscara ao ar livre coincide ainda com a reabertura das escolas israelitas, com estudantes dos infantários e ensino secundário e básico prontos a regressarem às aulas.

Uma medida que é feita com cautela, uma vez que a população com idades inferiores a 16 anos ainda não está vacinada. Os professores foram instruídos a continuarem a ventilar as salas de aula e a manter uma distância de segurança entre alunos.

Perto do colapso Mas enquanto Israel começa a colher os frutos da sua vacinação em massa, países como a Índia e o Irão estão a enfrentar uma das mais graves fases da pandemia nos seus territórios.

A Índia registou mais um novo recorde diário de infeções e de mortes, com 261 500 novos casos e 1501 óbitos, e os estados mais afetados alertam para a pressão do sistema de saúde que poderá entrar em colapso.

“Há menos 100 camas nos cuidados intensivos e há uma escassez de oxigénio”, afirmou o chefe do Governo de Nova Deli, Arvind Kejriwal numa mensagem na televisão.

O Irão também está a registar novos máximos, tendo batido no domingo o recorde de infeções diárias pelo coronavírus desde o início da pandemia, registando 17 430 novos casos, um aumento provocado pelas recentes festividades do Ano Novo persa.

Esta subida fez com que as autoridades de saúde aumentassem as restrições, incluindo um maior co ntrolo das entradas e saídas nas cidades com mais elevados índices de contágio, como é o caso da capital, Teerão, assim como a suspensão de todas as atividades educacionais, sociais e religiosas.