UE responsabiliza Rússia pelo estado de saúde de Alexei Navalny

“A situação está a piorar e hoje queremos passar uma mensagem unida às autoridades russas, que são responsáveis pela segurança e saúde de Navalny”, afirmou Josep Borrell.

Josep Borrell, Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, exigiu, esta segunda-feira, que o opositor russo Alexei Navalny tenha acesso aos “médicos em que confia” e responsabiliza a Rússia pelo seu estado de saúde.

“A situação de Navalny é grave. Recebi uma carta da equipa de Navalny sobre a sua situação de deterioração e há dias já emiti uma forte declaração em nome de toda a UE", disse.

Navalny “foi transferido para um hospital prisional regional, mas continua a ser necessário que as autoridades russas lhe concedam acesso imediato aos profissionais médicos em que ele confia”, sublinhou.

“A situação está a piorar e hoje queremos passar uma mensagem unida às autoridades russas, que são responsáveis pela segurança e saúde de Navalny”. O chefe da diplomacia europeia deixou ainda um aviso: “Vamos responsabilizá-las por isso”.

Recorde-se que Navalny está em greve de fome desde o passado dia 31 de março. O protesto começou após as autoridades terem ignorado o seu pedido para ser examinado, por um médico independente, a "uma aguda dor nas costas".

O opositor do regime de Vladimir Putin foi detido a 17 de janeiro e condenado a dois anos e oito meses de prisão cerca de duas semanas depois. Em causa está o facto de ter violado os termos de uma pena suspensa a que foi sentenciado em 2014. 

O político estava a cumprir a pena em liberdade condicional após ter sido acusado de fraude – uma acusação que diz ter sido fabricada –, quando foi envenenado com um agente neurotóxico do tipo Novitchok, em agosto de 2020. Após aquela que considera ser uma tentativa de assassinato por parte do Kremlin, o opositor de 44 anos foi transferido, a pedido da mulher, da Sibéria para a Alemanha para recuperar. Foi detido ao voltar para a Rússia.

Desde a sua detenção, milhares de pessoas têm-se manifestado em dezenas de cidades russas.