Crédito à concessão. Banca volta a apertar critérios em 2021

Regras são mais apertadas no setor empresarial devido “à maior perceção de risco”. 

Os bancos vão continuar a apertar os critérios de concessão de crédito a empresas e a particulares, que serão “ligeiramente mais restritivos” devido à “maior perceção de riscos” associados às perspetivas económicas. Os dados foram avançados pelo Banco de Portugal (BdP), na edição de abril do “Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito” do Banco de Portugal (BdP), no primeiro trimestre de 2021 e revela que os critérios de concessão de crédito tornaram-se “ligeiramente mais restritivos no crédito a empresas, designadamente a PME [pequenas e médias empresas], e no crédito ao consumo e outros fins”. Já no crédito à habitação ficaram “praticamente inalterados”.

Para o segundo trimestre do ano, as expectativas apontam para “critérios de concessão de crédito ligeiramente mais restritivos no crédito a empresas e a particulares”.

Em causa está, no setor empresarial, a “maior perceção de riscos associados à situação e perspetivas de setores ou empresas específicos e, em menor grau, de riscos associados à situação e perspetivas económicas gerais e às garantias exigidas”, a par de uma “ligeira menor tolerância de riscos”.

Já no caso do crédito ao consumo, na base das maiores restrições está uma “contribuição ligeira da perceção de riscos associados à situação e perspetivas económicas gerais”.

No crédito a particulares, os termos e condições dos empréstimos mantiveram-se “praticamente inalterados”.

Os bancos inquiridos reportaram uma “maior perceção de riscos na concessão de crédito a empresas e ao consumo” e uma “menor tolerância aos riscos na concessão de novos empréstimos a empresas”. Em relação à proporção de pedidos de empréstimo rejeitados, ficou “praticamente inalterada no crédito a empresas e para aquisição de habitação”, tendo registado um “ligeiro aumento no crédito ao consumo e outros fins”.

No primeiro trimestre, o BdP reporta que a procura de empréstimos por parte das empresas registou um “ligeiro aumento no caso das PME e em empréstimos de longo prazo” e uma “ligeira diminuição no caso das grandes empresas”.