Conselho de Jurisdição ameaça abrir processo disciplinar a Rui Rio

Direcção do PSD diz que está a ser alvo de uma “perseguição primária” sem paralelo na história do partido.

A possibilidade de o Conselho Nacional de Jurisdição do PSD abrir um processo disciplinar contra Rui Rio e Adão Silva abriu uma guerra no partido. A direção do PSD fala numa “perseguição primária” e promete “recorrer a todos os meios” para evitar uma situação embaraçosa para o partido.

O Conselho Nacional de Jurisdição, uma espécie de tribunal do partido, considerou que existe “matéria bastante para abertura de processo disciplinar” ao líder do partido e ao presidente do grupo parlamentar por violação de uma decisão do congresso em relação à despenalização da morte medicamente assistida.

A decisão surgiu depois de um militante do PSD ter feito uma participação contra Rui Rio e Adão Silva por não respeitarem a moção temática aprovada no último congresso em defesa de um referendo sobre a eutanásia. A participação foi entregue depois de o PSD ter decidido dar liberdade de voto aos deputados na iniciativa popular para a realização de uma consulta popular.

A Comissão Permanente do PSD considera que “este é um processo político e não jurisdicional”.

Na resposta enviada na ao Conselho Nacional de Jurisdição, presidido por Paulo Colaço, a direção do partido defende que a abertura de um processo disciplinar “constitui uma perseguição primária aos principais representantes políticos” do partido, “sem paralelo na história do PSD”.

A direção do partido garante que vai “recorrer a todos os meios ao seu alcance, tanto jurídicos como políticos, para proteger o bom nome do PSD, e salvaguardar a elevação e respeitabilidade dos órgãos nacionais do partido”. Paulo Colaço, eleito para este cargo sem o apoio de Rui Rio, é um dos visados por contribuir para a “manutenção de um clima interno que objetivamente prejudica a afirmação do PSD”.