ONU exige envio de Navalny para o estrangeiro

Quatro enviados da ONU alertaram para a situação do opositor russo, que está em greve de fome.

O opositor russo Alexey Navalny, um dos mais ferozes opositores do regime de Vladimir Putin, caminha para uma situação de saúde cada vez mais grave, segundo fontes próximas. Navalny encontra-se há três semanas em greve de fome, o que deverá obrigar as autoridades russas a permitir a sua evacuação para receber tratamento médico, garante uma equipa de peritos das Nações Unidas. Encontra-se detido desde janeiro, altura em que regressou à Rússia após cinco meses de recuperação na Alemanha por um alegado envenenamento que atribuiu ao Kremlin, algo que as autoridades russas negam veemente.

Uma equipa de peritos em direitos humanos, enviados pelas Nações Unidas, recolheu informação sobre a detenção do opositor, que se encontrava detido numa das cadeias mais perigosas da Rússia, a leste de Moscovo, conhecida pelas suas duras condições, e a ordem foi de evacuação, para o opositor poder ter acesso a cuidados de saúde.

Navalny foi entretanto transferido dessa cadeia para um hospital prisional, devido ao seu estado de saúde, fruto da greve de fome que mantém há três semanas, em protesto contra a sua detenção e contra as condições da prisão, e “corre grande perigo”, afirmaram os peritos enviados pela ONU, que exigiram que o opositor seja enviado para o estrangeiro.

“Pedimos insistentemente às autoridades russas que permitam o acesso de Navalny aos seus próprios médicos e a sua saída para o estrangeiro para um tratamento médico urgente, como fizeram em agosto de 2020. Reafirmamos que o Governo russo é responsável pela vida e saúde de Navalny durante a sua detenção”, defendem os especialistas num comunicado, apenas quatro dias depois de vários médicos próximos de Navalny terem alertado para o facto de o opositor estar em risco de insuficiência renal, com a saúde cada vez deteriorada.

“Estamos profundamente preocupados com o facto de o Sr. Navalny estar a ser mantido em condições que podem equivaler a tortura ou a um tratamento ou punição cruel, desumano ou degradante em uma instalação que supostamente não atende aos padrões internacionais”, avisaram ainda os peritos da ONU.